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Com 4.200 módulos fotovoltaicos e 17 inversores dispostos em uma área de 14 mil/m², a usina instalada no telhado do supermercado Stok Center, em Caxias do Sul (RS), trouxe autossuficiência energética para a loja, além de atender cerca 25% do consumo de outra unidade da mesma empresa em Passo Fundo (RS). A implementação do sistema de 1,4 MW de potência foi feito pela Norr Energia, num contrato de R$ 4 milhões, que envolveu também a construção de uma subestação de 1 MVA e que passa a representar a segunda maior UFV sob o telhado de um cliente comercial no Brasil, ficando atrás apenas do projeto no Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara – Cadeg (RJ).
Segundo o sócio-diretor da companhia, Theodoro Rodrigues, a iniciativa foi requisitada pela rede Comercial Zaffari, que tem entrado no mercado do atacarejo e queria uma alternativa de eficiência energética para economizar com a eletricidade em suas lojas. “Apresentamos os dados da solar e eles gostaram muito”, conta o executivo, afirmando que a usina foi programada com um overload de 40% em relação aos inversores, no intuito de conseguir o máximo de produtividade com a mesma quantidade de equipamento, sem extrapolar os limites.
“Normalmente o mercado trabalha com overload de 20 a 25%, mas como estamos limitados a 1 MW então optamos por fazer o valor máximo”. Ele explica que quando esse fator é muito pequeno, o inversor não consegue obter seu máximo rendimento, “trabalhando pouco no inverno e muito no verão”. Rodrigues também faz questão de ressaltar a escolha da Weg como fornecedora dos equipamentos, elogiando o pós-venda da fabricante: “Saiu mais caro do que importar, mas ganhamos muito no atendimento. Qualquer problema temos o auxílio perto de casa”, avaliou.
O diretor conta que a maior preocupação da empresa de engenharia do supermercado foi quanto a possíveis infiltrações no telhado da unidade, problema resolvido com a colocação de dois tipos de telhas sobrepostas, para assim evitar qualquer problema com goteiras, realizando a implementação do sistema sem nenhuma perfuração no telhado. A UFV está funcionando atualmente com 1 MW pico de potência, visto a concessionária da região ter pedido um tempo para analisar como a rede irá se portar com essa capacidade instalada. “Pediram 90 dias para a nova solicitação de aumento da carga”, informa Rodrigues.
Sistema trouxe autossuficiência energética para a loja, além de atender cerca 25% do consumo de outra unidade em Passo Fundo (RS) (foto: divulgação Norr Energia)
Mercado acelerado
Presente desde 2016 no mercado de geração distribuída, a Norr Energia tem percebido ao longo dos anos um aumento tanto na quantidade de análises encomendadas quanto de projetos executados, sobretudo neste ano de 2019. Na avaliação do executivo, a revisão da resolução nº 482, que está indo para o texto final da Aneel, e que propõe alterações nas regras para GD, principalmente quanto a desvalorização dos créditos de energia excedente ao produtor, tem provocado uma corrida dos consumidores para aproveitar a legislação ainda vigente, com subsídios.
“Quem se conectar até a data da nova resolução ainda terá o benefício atual, o que fez muitos clientes se atentarem para esses projetos”, pontuou, afirmando que a procura para esse ano aumentou em até 50%. “O mercado está bem acelerado”. Segundo ele, no ano inicial da companhia, há cada 100 propostas e estimativas enviadas uma era fechada. Em 2017 foram três projetos, enquanto que 2018 registrou cinco. Nesse ano, a soma chega a 300 propostas enviadas, com 22 contratos fechados até o momento, totalizando 11 MWp em potência de usinas.
Para Rodrigues, a perspectiva é de que, mesmo passando essa fase da nova resolução, o mercado venha a optar pelas energias renováveis, visto o sistema hídrico brasileiro estar no seu limite, ainda mais com a escassez de água e os reservatórios em baixa. “O país voltando a crescer a cada ano, pode faltar energia. E a forma mais rápida de se obter energia é a solar”, assente, prevendo um mercado cinco vezes melhor para os próximos anos.
Além de empreendimentos fotovoltaicos, a Norr Energia também desenvolve soluções eólicas e até hídricas para o segmento, com uma equipe multidisciplinar de engenheiros com experiência internacional para realização de projetos, consultoria, supervisão e instalação de sistemas renováveis de pequeno a grande porte, além de projetos específicos em eficiência energética.
Sediada em Passo Fundo (RS), a empresa possui um escritório de engenharia estratégico em Araranguá (SC), região de um polo universitário da UFSC que possui o curso de Engenharia em Energia, uma das principais matérias pertinentes à companhia, que atua principalmente nos três estados da região Sul. Recentemente, a empresa inaugurou uma base comercial em São Paulo para expandir seus negócios, pensando na recepção maior de demandas do Norte e Nordeste. As outras unidades ficam na sede em Passo Fundo e em Porto Alegre.
Quanto a novos empreendimentos e parcerias, o executivo revela haver um contrato praticamente assinado com um grande cliente no Rio Grande do Sul, do segmento farmacêutico, que pretende contar com um sistema solar fotovoltaico de 6 MW de capacidade para todas as farmácias do grupo.