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O BRDE, banco de fomento ao investimento destinado a atender a região Sul e ao estado de Mato Grosso do Sul, negocia com três instituições internacionais novas linhas para a captação de recursos em estágio avançado, bem como outras em conversas iniciais. A instituição financeira já trabalha com outras duas fontes no mercado europeu. A meta é de continuar a financiar projetos nessa parte do país. Nesse contexto energia e infraestrutura tem grande importância na carteira do banco regional, com destaque para PCHs e CGHs.
Segundo dados apresentados durante a 13ª edição da Conferência de Pequenas Centrais Hidrelétricas, historicamente a instituição trabalhava com recursos domésticos e repasses do BNDES. Contudo, desde 2015 os subsídios começaram a recuar. Até pela depreciação das contas públicas os créditos foram reduzidos. Hoje o BRDE conta com duas linhas domésticas cujo custo varia de 9% a 10,5% ao ano indexada à taxa Selic ou IPCA. Já as linhas externas variam entre 4% a 5,3% ao ano, mas indexadas ao euro. Então, por conta da variação cambial esses recursos são utilizados em uma composição de linhas para mitigar variações mais abruptas.
Mateus Muller, gerente de Planejamento Adjunto do BRDE, lembrou que o segmento de energia é um dos maiores que o banco financia, com destaque para as PCHs e CGHs. De acordo com a instituição financeira, dentro de sua carteira de projetos, cerca de 20% é de projetos em nesse segmento. Nos últimos 10 anos, o valor para essa linha somou R$ 2,5 bilhões, sendo que 60% desse montante, ou cerca de R$ 1,5 bilhão para as pequenas usinas.
Esse valor é cerca de três vezes mais elevado que o verificado na carteira de financiamento de projetos do BNDES. O banco federal reconhece que esse segmento não tem apresentado grande volume. E aponta como um dos motivos a reduzida participação em leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica. No ano de 2018 a fonte apareceu, dentro do financiamento a energia, em sétimo lugar com um valor de R$ 434,2 milhões. O maior volume foi registrado em transmissão com R$ 6,5 bilhões.
Apesar de o banco ter uma nova administração que indicou uma mudança de rumo em relação a forma de atuar, mais focado no auxílio ao Estado, a tendência é de que o banco continue a participar do financiamento da infraestrutura. Demais segmentos da indústria é que deverão contar com menos participação do banco, contou Ana Raquel Martins, gerente da Área de Energia, em sua apresentação apesar de reconhecer que ainda não há informações para as áreas técnicas do banco de como será o rumo.
Atualmente a taxa do BNDES varia entre 4,5%a 5,5% ao ano. A gerente do banco disse ainda que o valor do PLD de suporte, que vem sendo utilizado pelo mercado para o financiamento ao mercado livre e está atualmente de R$ 90/MWh, está em processo de revisão para que possa se manter sempre atualizado.
Luiz Fernando Leone Vianna, da Delta Asset Management, lembrou que o mercado nacional tem encontrado alternativas no mercado bancário. Há estratégias ainda que têm viabilizado um volume elevado de projetos das renováveis sendo viabilizados no mercado livre. Inclusive, destacou com 70% de potência alocadas no ACL como o verificado no mais recente leilão A-4. Outro destaque é o marco de 1 GW de potência em GD solar alcançado na semana passada que foi possível ser viabilizado sem o modelo de financiamento do marco regulatório de 2004.