A alta de 4,48% na conta de luz pressionou a inflação, que passou de 0,01% em junho para 0,19% em julho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quinta-feira, 8 de agosto, pelo IBGE. Este foi o Índice mais baixo para o mês de julho desde 2014, quando o mesmo registrou 0,01%. A variação acumulada no ano ficou em 2,42% e, em relação aos últimos 12 meses, o valor recuou para 3,22%, abaixo dos 3,37% registrados no ano anterior. Em julho de 2018, a taxa havia sido de 0,33%.

Segundo o analista da pesquisa, Pedro Kislanov, dois fatores contribuíram para o aumento no item energia elétrica: a mudança da bandeira tarifária, que passou de verde para amarela, e o reajuste da tarifa em São Paulo, que tem um peso grande no índice. Com isso, o grupo habitação fechou com alta de 1,20%, gerando um impacto de 0,19 ponto percentual na taxa.

A variação do item, cujo impacto é de 0,17 p.p, oscilou entre a queda de 0,40%, em Rio Branco (AC), e a alta de 7,59% na região metropolitana de São Paulo. Em julho, além da incidência da bandeira tarifária amarela, que onera as contas em R$ 1,50 a cada 100 kwh consumidos, contribuíram ainda os reajustes tarifários de 3,18% em Curitiba e 3,36% em Porto Alegre, onde duas das três concessionárias de energia que atendiam a região fundiram-se e, de modo a unificar suas tarifas, sendo concedidos reajustes médios de 3,61% e 6,19%, a partir de 19 de junho.

Para o analista, se não fosse a eletricidade, o IPCA de julho ficaria muito próximo da estabilidade, visto outros grupamentos importantes, como alimentação, transportes e saúde e cuidados pessoais, terem estabilidade ou queda.