Além de ser a usina que mais gera energia no mundo, Itaipu atingiu também a sua mais alta taxa de produtividade – relação direta entre a produção de energia e a água que passa pelas turbinas. Nunca em sua história a hidrelétrica aproveitou tão bem a água disponível em seu reservatório como no mês de julho deste ano, quando a produção chegou a 1,100 mil MW médios por metro cúbico de água por segundo (MWmed/m³/s). O recorde anterior, de 1,098 MWmed/m³/s, era de julho do ano passado.

Segundo a binacional, praticamente não houve desperdício de água. A elevação da queda bruta de água, causada pela diminuição do nível do canal de fuga, em função da menor quantidade de água chegando ao reservatório, favoreceu o melhor aproveitamento de cada metro cúbico. Este fator isolado, no entanto, não teria grande impacto não fosse a capacidade de trabalho integrado de todas as superintendências da Diretoria Técnica da usina – Engenharia, Obras, Operação e Manutenção – aliada à relação sempre próxima com o Operador Nacional do Sistema (ONS), Ande e Eletrobras no gerenciamento adequado de todas as diversas variáveis envolvidas no processo de geração de energia. Entre elas, demanda, estoque de água e disponibilidade das máquinas e da transmissão, por exemplo.

Itaipu também vem melhorando sua faixa de operação nos últimos anos, com perdas quase zero em relação ao máximo possível, ajustando inclusive as oportunidades de produção entre os setores de 50Hz e 60Hz, adequando a quantidade de unidades geradoras ao nível de produção. De acordo o diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, o novo recorde demonstra que a UHE está trabalhando incessantemente para melhorar todos os seus índices, graças aos esforços de uma equipe comprometida, formada por brasileiros e paraguaios.

“Nenhuma empresa se estabelece na liderança achando que não precisa evoluir mais, sem buscar melhorias contínuas”, afirma. “A quebra do próprio recorde de produtividade mostra que a Itaipu, mesmo na condição de maior geradora de energia de planeta, faz jus à condição de líder mundial”, completa. Para o diretor técnico executivo, Celso Torino, o resultado reflete a maturidade e qualidade do corpo técnico da usina. “É um trabalho contínuo, binacional e de parceria em prol da segurança da usina e da otimização de sua produção”.

O recorde anterior, de julho do ano passado, foi obtido 28 anos depois da melhor marca até então, registrada em setembro de 1991, com 1.087 MWmed/m³/s – superada sucessivamente em maio, junho e julho do ano passado. No acumulado parcial, 2019 também está sendo o melhor ano do histórico. Até julho, a produtividade acumulada era de 1.072 MWmed/m³/s. A melhor marca anual registrada ocorreu em 1986, com 1.060 MWmed/m³/s, seguida de 2004, com 1.052 MWmed/m³/s. Em 2018, a produtividade foi de 1.036 MWmed/m³/s.