O Grupo CPFL Energia está de olho na privatização da estatal gaúcha Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), cujo processo está em fase de finalização por parte do governo do estado do Rio Grande do Sul para ser formalmente apresentado ao mercado ainda este ano. Segundo informou nesta quarta-feira (14) o CEO da holding, Gustavo Estrella, uma aquisição da empresa representa um movimento interessante e até natural para a CPFL Energia, em razão de o grupo já atuar muito próximo à área de concessão da CEEE por meio da distribuidora RGE.

“O negócio faz todo o sentido pela localização geográfica da CEEE, o que naturalmente geraria sinergias de mercado com a RGE. É algo (possível aquisição da empresa) que será analisado, assim como outros ativos”, disse o executivo a analistas de mercado, durante teleconferência para apresentação dos resultados do balanço financeiro do segundo trimestre do ano. Estrella frisou que, neste momento, o foco da holding dentro de operações de fusões e aquisições é o crescimento no segmento de distribuição de eletricidade.

Além da RGE, o grupo possui em sua estrutura outras três distribuidoras: CPFL Paulista, CPFL Piratininga e CPFL Santa Cruz – as três atuantes no estado de São Paulo. No caso da RGE, que em janeiro deste ano incorporou as operações de outra empresa do grupo no Rio Grande do Sul, a RGE Sul, o atendimento abrange atualmente uma área de 189 mil km², alcançando 381 municípios, 2,9 milhões de unidades consumidoras e quase oito milhões de habitantes situados nas regiões Metropolitana, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do estado.

Aumento da inadimplência

Na apresentação, Estrella falou sobre as ações implementadas pelo grupo para tentar reduzir o nível de inadimplência junto aos clientes atendidos pelas quatro distribuidoras. De abril a junho deste ano, o índice de Provisão de Devedores Duvidosos na holding cresceu 53,7% em relação com o mesmo período do ano passado, chegando a R$ 64,3 milhões. No mesmo período, as ações de cobrança e os cortes de fornecimento saltaram 31,4%. O executivo admite que os desligamentos têm surtido pouco efeito como ferramenta de redução da inadimplência.

Além das interrupções do fornecimentos, as empresas do grupo têm intensificado de outras ações de cobrança ao longo do ano, como 2,9 milhões de negativações apenas no segundo trimestre – 641 mil a mais que nos primeiros três meses do ano. As concessionária têm disponibilizados aos consumidores novas opções de pagamento, com cartões de débito e de crédito, para negociação das contas atrasadas. Os dados, segundo ele, refletem a lentidão na retomada da atividade econômica dos país, o que impacta na produção industrial e nas venda do varejo.

Reestruturação da geração

Já em geração, o presidente da CPFL Energia destacou a continuidade do plano de reestruturação do segmento, que passa pela integração dos ativos e das operações da subsidiária CPFL Renováveis na CPFL Geração. “Boa parte dos colaboradores da Renováveis já foram transferidos de São Paulo para Campinas, onde está a sede da CPFL Energia. Acreditamos que até o final deste ano todo esse processo estará concluído”, disse Estrella. Com a unificação dos ativos da subsidiária na holding, o parque gerador da CPFL Geração vai somar 3.307 MW.