Sob a perspectiva da criação do novo mercado de gás, contratos vincendos de térmicas aparecem como um dos desafios do setor. No curto prazo, são cerca de 4.500 MW de termelétricas e no longo prazo, em dez anos, o montante chega a 8.000 MW. “São contratos de vários agentes, incluindo a Petrobras”, explica Xisto Vieira, presidente da Associação Brasileira de Geração Energia Térmica, que participou de painel no seminário de Gás Natural do IBP, realizado nesta quinta-feira, 15 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo Vieira, a associação está elaborando uma proposta que será entregue o Ministério de Minas e Energia. Ele explica que são dois tipos de usinas nessa situação de descontratação: um é o das usinas a gás, em que ele sugere que elas sejam colocadas nos leilões de energia. O outro são as movidas a óleo, que se dividem naquelas que podem ser convertidas a gás, entrando nos leilões e as térmicas a óleo que não tem viabilidade econômica para serem convertidas a gás. “A sugestão para essas é ser considerada reserva fria. Elas recebem um fee de acordo com uma reserva parada, ao invés de ser uma reserva girante.” Com isso, o parque gerador seria aproveitado de forma adequada.
No painel, que tratava da integração entre os setores de gás e elétrico, foi mostrado uma série de alterações que permitiram que a fonte avançasse nos últimos anos. Segundo a diretora da Eneva, Camila Schoti, a integração entre os setores já começou para a empresa, quando mudanças nas regras permitiram que ela conseguisse viabilizar um projeto no leilão de Roraima, que teve regras diferenciadas, além do fechamento do ciclo do seu empreendimento termelétrico no Maranhão.