Quando as imagens dos novos estúdios do Grupo Globo, inaugurados no dia 8 de agosto, no Rio de Janeiro, apareceram na televisão, logo pode se perceber a disposição do telhado com muitos painéis fotovoltaicos. O sistema de geração a partir da energia do sol e no modelo de autoprodução foi implementado pela EDP Smart, divisão da EDP responsável por desenvolver soluções em energia da companhia, que realizou a instalação de mais de 2 mil placas sobre o chamado Módulo de Gravação 4 (MG4), em uma área de aproximadamente 4.500 m².
A planta tem uma potência instalada de 766 kWp e será capaz de gerar 1.055 MWh/ano, volume suficiente para abastecer mensalmente cerca de 350 residências, com o consumo médio de 250 kWh/mês. A usina está conectada à subestação de energia pertencente à Globo e interligada na concessionária de energia local. Segundo a companhia, a usina possui uma vida útil de 25 anos e evitará a emissão de aproximadamente 2 mil toneladas de CO2 nesse intervalo, o que equivale ao plantio de cerca e 12 mil árvores. Além de ser uma tecnologia limpa, por não lançar poluentes na atmosfera, a energia solar pode proporcionar redução no valor da conta de luz, e a necessidade de manutenção do sistema é reduzido quando comparada a outras fontes energéticas.
Para Miguel Setas, presidente da EDP no Brasil, o país está iniciando um processo de transição energética, em que as fontes renováveis de energia produzida de forma descentralizada estão ganhando cada vez maior importância na matriz nacional. “É com muita satisfação que fizemos esta parceria com o Grupo Globo para colocarmos a produção de audiovisual nacional na liderança de utilização de energia limpa”, comentou.
Mauricio Gonzalez, diretor de Finanças e Infraestrutura da Globo, lembra que a adoção da energia solar vai ao encontro das premissas de sustentabilidade, que é um tema muito relevante para a empresa. “O MG4 nasce abastecido por 100% de fontes renováveis. Toda a água aquecida nessas novas instalações passa pela energia solar que está sendo gerada”, destacou.
A EDP Smart, que possui uma unidade dedicada à implementação de empreendimentos fotovoltaicos nas modalidades de autoprodução e geração distribuída, será a responsável pela operação e manutenção (O&M) do sistema implementado na Globo por um período de 15 anos, no modelo de aluguel.
Sistema de 766 kWp foi instalado sobre o chamado Módulo de Gravação 4 (MG4), em uma área de aproximadamente 4.500 m² do complexo de produção de conteúdo da emissora
Usina em Recife
A EDP também construiu uma usina solar para a Globo em Recife, com capacidade para produzir cerca de 269 mil kWh por ano, energia suficiente para atender mensalmente 90 residências. Com 468 módulos fotovoltaicos e tecnologia carport, a estrutura foi instalada sobre as 72 vagas do estacionamento central da emissora, em uma área de aproximadamente 1.000 metros quadrados.
Desde 2017, a companhia negociou 19 projetos de energia solar com aproximadamente 30 MWp de capacidade contratada. Um deles é uma usina com 15 mil painéis fotovoltaicos e 5,6 MWp para atender 88 agências do Banco do Brasil, em Minas Gerais, numa iniciativa permitirá uma economia de cerca de R$ 82 milhões em um período de 15 anos para o banco.
Já o maior complexo de energia solar já implementado pela empresa, em Itacarambi, Minas Gerais, é composto por duas usinas que totalizam 8,33 MWp, o parque garante 100% do abastecimento energético do VillageMall, centro comercial localizado no Rio de Janeiro. Segundo a Multiplan, o empreendimento, com área de 240 mil metros quadrados, o equivalente a 24 campos de futebol, proporcionará uma economia de R$ 55 milhões ao longo de 10 anos.
Em 2019, a produção de energia solar ultrapassou a de energia nuclear, assumindo a posição de sétima fonte mais representativa na matriz energética do Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Rio de Janeiro é o oitavo estado que mais tem aproveitado essa fonte de energia renovável, com 38,7 MWp de capacidade instalada em projetos de geração distribuída.