O consumo de gás natural pelo setor industrial brasileiro apresentou crescimento de 2,5% no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado (27,6 milhões), atingindo média de 28,3 milhões m³/dia, informou a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) nesta quarta-feira, 21 de agosto. Segundo o levantamento estatístico, feito com concessionárias em todas as regiões do país, a indústria começa a dar sinais de redução da atividade, com retração de 1,4% na comparação com junho de 2018.

Na média dos seis meses iniciais deste ano, o estudo da Associação registrou queda de 5,4% no total do consumo — indo 61,3 milhões de m³/dia para 57,9 milhões m³/dia no primeiro semestre do ano passado, em função da redução de despacho das térmicas a gás. No confronto dos números de junho com maio, o crescimento foi de 1,7%. Já em junho, o número de clientes que consomem o combustível chegou a 3 milhões e 565 mil clientes, entre medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.

O presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, acredita que com os sinais econômicos corretos, o consumo de gás possa crescer em todo o país. “O Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobras poderá reduzir a concentração de mercado existente e abrir chances para uma concorrência maior na oferta da molécula”, avalia.

No entanto Salomon entende que o TCC ainda é insuficiente, sendo necessário maior clareza sobre como será o acesso de novos agentes à infraestrutura essencial, como rotas de escoamento, unidades de processamento e terminais de GNL, além de criar regras que deem segurança operacional ao mercado, garantindo o abastecimento.

“É fundamental desenvolver o mercado como um todo, em benefício de todos os segmentos consumidores”, ressalta, afirmando que os governos estaduais possuem competência para desenvolver o arcabouço regulatório que garanta agências reguladoras autônomas, independentes e com equipe técnica qualificada. “Entidades que adotem medidas que respeitem os contratos, garantam a segurança jurídica e mantenham a modicidade tarifária e o equilíbrio econômico-financeiro das concessões”, completou o presidente da Abegás.