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Com muitas perspectivas trazidas pelo novo mercado de gás, a fonte termelétrica vê no gás do pré-sal uma grande importância para o sistema, dando segurança para a inserção das renováveis. Para Xisto Vieira Filho, presidente da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas, não há uma alta expectativa para o leilão A-6 que será realizado em outubro devido à relação entre a demanda e a economia. Porém, ele destaca que no futuro a perspectiva é boa, pela chance de retomada do crescimento e pelo término de contratos de geradores termelétricos no longo e médio prazo. “Será de extrema relevância, que sejam analisados os pleitos sucessivos da Abraget, de não considerar a distinção de energia nova e energia existente”, avisa.

Vieira vê as térmicas movidas a GNL com uma boa infraestrutura e que permitem atuar na flexibilidade. Para ele, o gás do pré-sal, um dos motores do novo mercado, vai permitir uma otimização da matriz. “A entrada em maior escala do Pré-Sal permitirá um mix de geração térmica a gás, com geradores térmicos flexíveis e inflexíveis”, comenta. A associação também está preparando um estudo com sugestões de mudanças nos leilões de energia, que abordam  entre outros temas um tratamento adequado ao lance marginal.

Sem considerar a adoção do preço horário uma prioridade, ele elogiou o adiamento da entrada em vigor do PLD horário, uma vez que ainda eram necessários equacionamentos, como por exemplo o do despacho de geração térmica, já que muitas unidades não foram criadas para operar no modo horário.

Esses e outros assuntos estarão em pauta na edição deste ano do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), que será realizado nos dias 28 e 29 de agosto no Centro de Convenções SulAmerica, no Rio de Janeiro (RJ). O Enase é promovido pelo Grupo CanalEnergia/ Informa Markets em copromoção com 20 associações do setor.

Agência CanalEnergia: O que vai significar o novo mercado do gás para a fonte termelétrica?

Xisto Vieira: O gás decorrente do Pré-Sal será de fundamental importância para o SIN, uma vez que permitirá, com maior facilidade, mesclar de forma adequada a geração termelétrica com fontes renováveis, assegurando, portanto, todos os requisitos necessários ao SIN.

Deve-se ressaltar que tendo em vista as necessidades de montantes pré-analisados de térmicas flexíveis e inflexíveis, uma correta combinação do gás do Pré-Sal, com recursos de GNL, dará ao SIN uma consolidação energética interessante. Portanto, é de grande importância preparar-se uma regulação que permita o referido uso combinado de tais recursos termelétricos.

Agência CanalEnergia: O que a associação pensa sobre os pedidos por mudanças na estrutura do leilão A-6 de modo que se consiga harmonizar os investimentos realizados na fase de upstream?

Xisto Vieira: Algumas melhorias já foram sugeridas, dentre as quais destacamos: A necessidade de tratamento adequado ao denominado “Lance Marginal”, de tal forma a minimizar eventuais impactos de sobrecontratação, mas ao mesmo tempo assegurando a presença de investidores termelétricos com unidades de maior porte, em leilões; outro ponto que deveria ter a regulação mais adequada é o fato de eventuais atrasos no sistema de transmissão, terem reflexos nos geradores vencedores nos leilões. Esta sugestão da Abraget é bastante lógica, uma vez que o agente gerador não tem nenhuma ingerência na construção e operação do sistema de transmissão; finalmente é importante registrar que foram modificadas as regras de penalidades por atrasos em obras de geradores, imputando reflexos bastante consideráveis para os referidos agentes. Nesse sentido a Abraget enviará estudo específico a Aneel, indicando o impacto de tais penalizações.

Xisto Vieira: aprimoramentos para leilão A-6

Agência CanalEnergia: Qual a expectativa da Abraget para o leilão A-6 desse ano?

Xisto Vieira: Tendo em vista que a demanda tem uma estreita relação com o crescimento da economia, a expectativa da demanda não é das mais elevadas. No entanto, vale a pena destacar que historicamente o crescimento da demanda se torna bastante elevado com a sinalização do crescimento da economia, que parece ser esperado para breve. Por outro lado, também é interessante registrar que a médio e longo prazo ocorrerão os términos dos contratos dos geradores, termelétricos inclusive, que deverão ser prontamente substituídos. Neste caso, em particular, será de extrema relevância, que sejam analisados os pleitos sucessivos da Abraget, de não considerar a distinção de energia nova e energia existente, pois se pode demonstrar que não é economicamente eficiente.

Agência CanalEnergia: Qual o impacto da adoção do preço horário nos empreendimentos termelétricos? A Abraget vê algum obstáculo na sua adoção em 2020?

Xisto Vieira: A Abraget manifestou em vários seminários e a entidades responsáveis, sua opinião de que mesmo considerando a implantação do Preço Horário, no futuro, isto não seria prioritário no momento. Com efeito, foi louvável a decisão do MME de postergar a sua implantação para 2021, uma vez que vários pontos precisarão ser equacionados. Um deles diz respeito ao despacho de geração térmica, tendo em vista que grande parte das unidades geradoras térmicas existentes, não foi concebida para o nível de volatilidade horária, que poderá ocorrer. Este ponto é de fundamental importância para os geradores térmicos.

Agência CanalEnergia: As térmicas a GNL estão com mais facilidade de viabilização que as outras modalidades de geração térmica a gás?

Xisto Vieira: No momento atual, a infraestrutura necessária para o GNL já está disponível em uma escala razoável. Além disso, é importante observar que com esta modalidade é possível dispormos de térmicas flexíveis, ainda que contratos firmes de longo prazo sejam mais vantajosos para os agentes geradores. A entrada em maior escala do Pré-Sal permitirá um mix de geração térmica a gás, com geradores térmicos flexíveis e inflexíveis, possibilitando a otimização da matriz elétrica.

Agência CanalEnergia: Os sistemas isolados ainda vão ser um nicho de mercado para as UTEs a gás ou as interligações tendem a reduzi-los?

Xisto Vieira: Com relação aos sistemas isolados será sempre necessária uma análise técnica econômica mais apurada, no sentido de verificar qual a alternativa mais adequada à utilização de grandes trocos de transmissão, para suprir cargas de menor porte e sem respaldo de geração nas extremidades, ou colocar geração térmica no suprimento, se houver gás disponível na localidade. Em princípio, esta segunda opção será sempre mais favorável para demandas menores.