O Grupo CanalEnergia promoveu uma enquete com os participantes do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), realizado nesta quarta-feira, 28 de agosto, no Rio de Janeiro, e identificou que para 60% dos respondentes o modelo setorial precisa passar por um processo de modernização das regras, porém as bases do modelo setorial precisariam ser preservadas para garantir a expansão, a financiabilidade e a sustentabilidade do mercado de energia. Mesmo assim, houve uma parcela do público (36%) que acha que o modelo deveria ser totalmente reconstruído.
A enquete também perguntou sobre a velocidade desse processo. Para a maioria do público (67%), a implementação das mudanças não pode ser imediata, preferencialmente nos próximos três anos. Mas há quem acredite (28%) que essa mudança precise ser mais rápida, até o final do próximo ano.
Para 60% do público, a principal motivação da modernização do modelo setorial é retomar o equilíbrio econômico e financeiro do mercado de energia. A segunda função, para 24% dos respondentes, é dar maior liberdade para o consumidor escolher o fornecedor de energia. Para 13% a modernização tem a função de reduzir o preço da energia.
Outro diagnóstico importante identificado na enquete é que há uma divisão de opiniões entre os agentes quando o assunto é o modelo de formação de preço. Para 36% dos respondentes, o preço formado por mercado deveria ser implementado nos próximos 12 meses, mas para 32% do público a prioridade deveria ser a adoção do preço horário.
Para 56% do público o governo deveria incentivar mais a geração renovável de médio e grande porte nos próximos quatro anos, incluindo hidrelétricas. Na outra mão, uma parcela dos respondentes (19%) acredita que país precisa de térmicas na base e 19% pedem mais apoio para a geração distribuída.
Sem ajustes no modelo setorial, os preços da energia no Brasil deverão crescer acima da inflação nos próximos anos para 61% dos respondestes; 25% acredita que ficarão estáveis; e para 9% os preços deverão reduzir.