Visando atender as necessidades de um mercado em pleno crescimento e que vem exigindo cada vez mais capacitação técnica para instalação de sistemas de geração de energia a partir do sol, o Senai decidiu ampliar a oferta do curso de Energia Solar Fotovoltaica para mais 10 escolas do grupo em todo o Brasil. As unidades escolhidas pela chamada, lançada em junho deste ano, irão participar de um ciclo de preparação de Centros de Treinamento e qualificação de docentes ao longo de 24 meses, além de receber equipamentos básicos para o ensino.
A iniciativa é fruto da parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), por meio da iniciativa Profissionais para Energias do Futuro. O principal objetivo é acompanhar a demanda crescente por profissionais qualificados nesse setor. De acordo com a Absolar, somente neste ano, a geração solar distribuída duplicou de tamanho, chegando a 100 mil sistemas instalados até junho. Para Felipe Morgado, gerente executivo de Educação Profissional do Senai Nacional, a entidade sempre se preocupou em atender as demandas da indústria, fazendo projeções de quais tecnologias serão demandadas.
“Essa ampliação de docentes capacitados busca justamente isso, levar esse conhecimento a mais localidades do país”, explica o executivo. Segundo ele, as expectativas para o mercado de trabalho do setor são otimistas: “Nossos levantamentos mostram boa empregabilidade para alunos que concluíram cursos de energias renováveis, então, acreditamos que será também uma oportunidade para jovens desempregados, já que estamos falando de um setor que está em cenário de crescimento”, comentou.
Atualmente, o Serviço oferece 24 cursos na área de energias renováveis, sendo 14 deles voltados à energia solar (fotovoltaica e solar térmica). Agora, essa oferta vai chegar a estados que ainda não contavam com os cursos, como Mato Grosso, Santa Catarina, Amapá, Amazonas e Piauí.
Segundo o cronograma da chamada, as atividades vão começar em outubro de 2019. Em cada uma das escolas, dois professores indicados irão participar de treinamento de 120 horas sobre instalação, dimensionamento e monitoramento dos sistemas, entre outros temas relacionados. Além das localidades já citadas, os estados do RS, MA, PE, RJ e MG também foram selecionados e farão parte do treinamento. Os centros vão contar com a estrutura básica para os cursos de Instalador de Sistemas Fotovoltaicos, oferecidos por nove empresas que compõem a Absolar.
Para o presidente do conselho de administração da Associação, Ronaldo Koloszuk, a iniciativa conjunta reforça a responsabilidade das instituições parceiras com a capacitação de qualidade e continuada dos profissionais do setor, especialmente instaladores. “Com o mercado crescendo exponencialmente, existe uma demanda elevada no setor por profissionais capacitados para instalar sistemas em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais, prédios públicos e em usinas de grande porte”, destaca Koloszuk.
A oferta de cursos e ampliação da infraestrutura, ressalta o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, são fatores-chave para o fortalecimento do setor no país: “A medida contribui para aumentar a qualidade, segurança, durabilidade e performance dos sistemas instalados, no curto, médio e longo prazos, beneficiando, principalmente, os consumidores e usuários da tecnologia”, declarou.
Mercado de Energias Renováveis
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta um aumento nas instalações de geração distribuída para 1,35 milhões em 2027, com um total de 12 GW instalado. Para a Absolar a necessidade de profissionais por MW para a fonte solar fotovoltaica é avaliada entre 25 a 30 vagas. Com isso, a entidade projeta a criação de 672 mil empregos acumulados até 2035 no Brasil. Para atender a esse cenário, a iniciativa do Senai conta com o apoio do setor privado, oferecendo um ensino prático próximo à realidade dos futuros profissionais. Quanto a qualidade da formação, os cursos acompanham o padrão nacional desenvolvido com entidades atuantes no setor.