A Cemig lançará em outubro uma nova marca, fruto da união dos negócios de geração distribuída e eficiência energética, disse nesta quarta-feira, 11 de setembro, um diretor da Cemig em evento promovido pelo escritório de advocacia Souto Correa, em São Paulo.

A ideia é realizar a unificação dos negócios da Cemig GD e Efficientia, subsidiárias integrais da concessionária mineira. “Esse ano um dos nossos desafios será fundir essas duas empresas. Em outubro faremos o lançamento de uma nova marca, que é a fusão da Efficientia com a Cemig GD, onde a gente pretende unificar o portfólio dessas duas empresas”, disse Danilo Gusmão de Araújo, diretor presidente das duas empresas.

Araújo participou de uma reunião para discutir as mudanças nas regras da geração distribuída, com a presença do diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Rodrigo Limp. Segundo o executivo, o negócio de GD está “fervilhando” no Brasil e qualquer alteração nas regras precisa considerar os impactos positivos que essa tecnologia oferece no campo econômico e social.

Em 2019, a Aneel tem interagido com os agentes para definir uma regra para geração distribuída que não transfira custos para os demais consumidores da rede elétrica e garanta a continuidade do negócio de GD. Em meados de outubro, a agência pretende abrir uma nova etapa de discussões. Os agentes terão um prazo de 60 dias para fazer as contribuições. A ideia é que o novo regulamento esteja aprovado até meados de março de 2020.

A geração distribuída clássica é aquela que o consumidor produz e consome sua própria energia através de tecnologias como sistemas fotovoltaicos. Há também modalidades em que a geração e o consumo não estão no mesmo lugar, chamadas de geração remota e compartilhada.

Inaugurado em 2012, hoje são mais de 108,7 mil sistemas na modalidade de GD, somando mais de 1,3 GW em operação. Em agosto deste ano, a média de novos sistemas instalados chegou a 250 unidades por dia, informou a Aneel.

No entanto, as mudanças nas regras podem desacelerar esse crescimento. Segundo Araújo, a taxa interna de retorno (real) pode cair 84% na comparação entre o cenário atual e a aplicação do segundo gatilho (cobrança da tarifa fio B e fio A) na área de concessão da Cemig.

Embora seja uma das maiores distribuidoras do país, Araújo explicou que a Cemig quer estar no negócio de geração distribuída. “Os nossos clientes passaram a cobrar da Cemig a participação nesse mercado, haja vista a relação que a empresa tem com o cliente mineiro”, disse. “Temos a expertise na comercialização e estamos buscando parceiros que tenham interesse em empreender em geração distribuída”, completou.