A contratação pela Eneva de seis novos blocos de petróleo e gás na Bacia do Parnaíba, no Maranhão, vai representar mais pressão sobre a Amazônia, na avaliação do Greenpeace. Segundo a organização ambientalista, os blocos arrematados pela empresa na última terça-feira, 10 de setembro, estão próximos a unidades de conservação como a APA Baixada Maranhense e a terras indígenas como a TI Geralda Toco Preto.

A Eneva participou do primeiro leilão de oferta permanente de blocos e campos com acumulações marginais de petróleo e gás natural, realizado pela Agência Natural do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. No certame, a ANP ofertou 17 blocos na Bacia do Parnaíba e a empresa, que é a única produtora da região, levou os blocos PN-T-47, PN-T-48A, PN-T-66, PN-T-67A, PN-T-68 e PN-T-102A por R$ 3,5 milhões.

Marcelo Lima, da campanha de Energia do Greenpeace, destacou que a operação e a infraestrutura para explorar petróleo e gás geram impactos na floresta, como desmatamento e grandes deslocamentos populacionais. “Soma-se a isso os riscos de derramamentos, que podem trazer danos irreversíveis ao meio ambiente e comunidades tradicionais, além de impactos globais com a emissão de gases de efeito estufa”, disse o técnico, em nota divulgada pela ONG.

Maior operadora privada de gás natural do país, a Eneva já atua na bacia do Parnaíba, onde explora sete campos que atendem à demanda de gás do Complexo termelétrico Parnaíba, que tem 1,7 GW de potencia instalada. A empresa informou que as novas aquisições vão reforçar sua presença na região e na produção de energia.