Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

O primeiro leilão da oferta permanente da ANP, realizada no começo da semana, significou a entrada no mercado da Creative Energy, que arrematou as áreas de Camaçari, por R$ 1,5 milhão, com ágio de 3.200% e a do rio Joanes, por R$ 217,3 mil, com ágio de 978,3%. A empresa, que tem entre os seus líderes José Amorim, começou a ser criada há dois anos e reúne egresso das áreas de óleo e gás e energia elétrica, tem como alvo os campos chamados marginais para extração de gás. Campo Marginal é o que por razões como a queda na produção deixa de ser rentável para um determinado operador. De acordo com Amorim, a motivação maior dos players é sempre trabalhar mais o óleo que o gás, fazendo com que ele acabe sendo um subproduto. “Nosso papel é trabalhar esse gás de forma a dar valor econômico a ele”, explica. Amorim, que hoje é Sócio fundador Go Pro Venture Holding, implantou a Duke Energy Trading no Brasil e fundou a Coomex. A GPV investe em geração de energia distribuída, comercialização de energia e gases industriais.

A área baiana de Camaçari, arrematada pela empresa, é o polo de produção mais antigo do Brasil, com 80 anos. A cidade é a quarta maior do estado e abriga o polo industrial do estado. Segundo Amorim, a empresa olha oportunidades acima de cinco mil metros cúbicos com visão de aproveitamento energético. A Creative Energy faz parte de um portfólio de empresas no qual também está a Brasil GTW, que opera no mercado livre de gás desde 2014. Segundo ele, a não regulamentação desse tipo de mercado mostra a incapacidade do brasileiro de pensar no coletivo, uma vez que os estados não atuam de forma integrada para que a molécula saia de um estado e vá para outro com um preço competitivo. Segundo ele, isso não acontece no mercado elétrico por ele ser federalizado. “A falta de visão do coletivo leva o produtor a jogar gás fora e o consumidor a pagar dez vezes por aquilo que está sendo jogado fora pela simples incapacidade de pensar no coletivo”, avisa.

Ele conta que a Creative vem para verticalizar a operação, já que até então ela não tinha reservas e agora passa a ter. A intenção é trabalhar nas reservas de gás de Camaçari e do rio Joanes até efetivamente exauri-las, já que elas então sem desenvolvimento e hoje há técnicas, como a recuperação aumentada de gás, que permite extrair volumes residuais de gás, o que ele considera uma mostra de economicidade. Produções pequenas de gás que são largadas no caminho são objeto de interesse. “Nós fazemos isso virar dinheiro, nos interessa muito a visão do coletivo”, frisa.

Por demandarem um montante de gás intensivo, grandes projetos térmicos não estão no horizonte da empresa. Os campos marginais já são campos de operação de longo prazo e não tem grandes volumes. “Projetos de 1,2,3 a 5 GW estão completamente fora do nosso horizonte. Esses projetos demandam uma presença de gás muito grande e por um período muito grande”, ressalta. Ele citou o projeto térmico da UTE Porto de Sergipe, que será suprida por GNL importado, mas está próximo de uma das maiores descobertas de óleo e gás do país. Para ele, é mais um exemplo da falta de senso de coletivo. “É aí que entra a Creative, ela quer se inserir nesse gap, se alguém está importando GNL e pagando o preço dele, vou trabalhar as reservas naturais e vou ser mais competitivo que o GNL que está chegando”, salienta.

A linha de investimentos da Creative ainda não está definida. Segundo Amorim, caso se opte por continuar o modelo de exploração que vem sendo feito ao longo dos anos, o investimento será mínimo e agiliza o funcionamento do campo. Porém uma outra diretriz de investimento pode refazer a estrutura atual e com uma visão de produção maior. “Vamos estudar essa geologia, os campos, fazer novas análises sísmicas e identificar qual será o melhor modelo desse campo para ver qual será o melhor modelo para valorização energética do gás natural”, revela.

O quadro de profissionais da Creative Energy é um dos pontos fortes da empresa na visão de Amorim. São pessoas com longa experiência no setor na área de produção de gás e egressos de empresas como Shell e Petrobras, com conhecimento na produção, exploração e comercialização de energia elétrica. “Ficou uma feliz união de interesses de conhecimento d elevar a criar a Creative Energy, que estava no laboratório há dois anos”, explica.

Com uma base forte na Bahia, os alvos futuros da empresa são os estados do Sergipe, Rio Grande do Norte e Alagoas. onde o grupo já está presente, mas não tem reservas. Nesses estados, há menos campos marginais, já que a exploração por lá é mais recente que na Bahia. O Paraná é outro estado para o qual os olhos da empresa estão voltados. “É uma área muita novo, a quantidade de gás é enorme, mas ainda é ligado à exploração e com incertezas geológicas muito grandes, por isso estamos mais concentrados no Nordeste e no Recôncavo”, avisa.