Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

O mercado de energia elétrica no Brasil está aquecido para negócios de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) entre empresas e ativos, e deve fechar o ano de 2019 superando a marca de 60 transações desse tipo – o que seria um recorde na última década. A expectativa é traçada pela consultoria KPMG, que identificou no primeiro semestre deste ano um total de 29 operações envolvendo tanto companhias de capital brasileiro quanto companhias de capital estrangeiro estabelecidas no Brasil ou no exterior. Na comparação com o período janeiro-junho de 2018, quando foram realizadas 17 negociações de fusões e aquisições no setor, houve um crescimento de 70% na primeira metade deste ano.

A maior parte dos negócios fechados nos seis primeiros meses do ano englobam a compra e a venda de ativos de geração de energia renovável, notadamente das fontes eólica e solar. Um deles foi a venda, pela Enel Green Power Brasil, da participação de 100% detida em parques eólicos somando 540 MW de capacidade instalada nos estados do Piauí e da Bahia. A compradora foi a chinesa CGN Energy International Holdings Co. Limited (CGNEI), que pagou 700 milhões de euros pelas usinas.

Outras negociações no campo das fontes renováveis envolveram não especificamente ativos de geração, mas aquisições de participação acionária em empresas geradoras, como foi o caso da entrada da japonesa Mitsui na brasileira Órigo Energia com a aquisição de uma fatia de 17% no capital social desta última. A Órigo investe no modelo de fazenda solares para geração distribuída para pequenas e média empresas. Outra negociação acionária relevante realizada no primeiro semestre deste ano foi a entrada do fundo de pensão canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) na holding nacional Equatorial Energia, com a compra de 5% das ações ordinárias negociadas na bolsa brasileira B3.

Na avaliação de Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG, existe atualmente uma tendência crescente de movimentos corporativos em busca de projetos de energia limpa, não apenas pela garantia de suprimento próprio a preços competitivos, mas também pela questão da imagem positiva que essas transações trazem para as companhias compradoras. “Hoje em dia ser renovável ajuda em diversos aspectos, traz ganhos intangíveis importantes”, explica, citando como exemplo, nesse sentido, a aquisição pela Vale, em janeiro, da produção de energia proveniente do parque eólico Folha Larga Sul (151,2 MW – BA), com opção de compra de todo o empreendimento após a entrada em operação, em 2020.

Além das operações de M&A entre empresas com core business no setor de eletricidade, o sócio da KPMG cita ainda, dentro do crescimento das negociações previstas para este ano e também para o ano que vem, o aumento das transações em projetos de energia renovável abarcando as principais companhias do segmento de óleo e gás, entre elas a norueguesa Equinor e a anglo-holandesa Shell. “Eu vejo particularmente um potencial muito grande de novos negócios de fusões e aquisições no setor de energia ao longo dos próximos anos, especialmente com foco em fontes não-fósseis. Certamente é um dos setores da economia brasileira com o maior número de movimentações de M&A hoje”, avalia Coimbra.