O consumo industrial de gás natural ficou estável em relação a junho, com alta de 0,37% e queda de 4,8% diante de julho de 2018. Já a demanda total no Brasil registrou avanço de 18,1% em julho em relação aos números do mês anterior. Foram consumidos 65,4 milhões de metros cúbicos/dia ante 55,4 milhões no mês de junho. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado — quando o consumo chegou a 73,4 milhões de metros cúbicos/dia —, a queda é de 10,9%. Os números fazem parte de levantamento estatístico da Abegás feito com concessionárias em todas as regiões do País.

Em julho, o despacho das térmicas a gás chegou a 25,4 milhões de metros cúbicos/dia, alta de 62,1% em relação a junho, quando atingiu 15,7 milhões, mas ainda abaixo do registrado no mesmo período de 2019, 31 milhões. Para o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, os dados mostram o impacto pelo despacho termelétrico definido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), reflexo direto de questões hidrológicas. No entanto, a queda em relação aos números do ano passado também sinaliza uma desaceleração da atividade econômica e industrial. “Embora o consumo industrial tenha ficado estável em relação a junho, com alta de apenas 0,37%, na comparação com julho de 2018 a retração é de 4,8%”, explica.

Na avaliação de Salomon é importante que o país aproveite a janela de oportunidade dada pelo programa Novo Mercado de Gás e pela assinatura do TCC entre Petrobras e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para criar políticas que ampliem a infraestrutura essencial do setor, interiorizando a malha de gasodutos. Segundo ele, o aumento da malha de gasodutos permitirá que o gás natural alcance mais municípios, levando desenvolvimento econômico e bem-estar social a diversas regiões ao atrair investimentos em novas indústrias, comércios e atividades ligadas ao uso do gás natural. “Consequentemente, gerará mais empregos e renda”, conclui o presidente executivo da Abegás.

O número de unidades consumidoras de gás chegou a 3 milhões e 580 mil clientes — representando as indústrias, comércios e residências, postos de combustíveis, entre outros pontos de consumo.

Segmentos e regiões

Entre os segmentos, além do Industrial, o Automotivo teve redução de 1,23% no uso do Gás Natural Veicular (GNV). Na comparação com julho, ligeiro acréscimo de 0,37%. Nas residências, houve acréscimo de 0,31%, com queda de 1,31% na comparação com o mesmo mês do ano anterior – número habitualmente impactado pela variação de temperaturas registrada no inverno de cada ano.

O setor Comercial, por sua vez, apresentou crescimento de 10,1% no mês, alta de 8,42% explicada, em parte, ao esforço das distribuidoras para captação de novos clientes e de novas aplicações para os existentes. Na Geração Elétrica o despacho termelétrico colaborou para o aumento de 62,11%. Na comparação com julho, o recuo é de 17,89%. Já a Cogeração teve queda de 1,77% em relação a 2018, e de 2,83% na comparação com o mês anterior.

Na análise regional, o Centro-Oeste do país se destaca com variação positiva de 23,5% no setor Comercial e 21,7% no Residencial. O Nordeste teve alta de 4,8% no Automotivo e 8,4% no Residencial e a região Norte contou com crescimento de 7,2% no Industrial e de 187,7% no Comercial. Já o Sudeste brasileiro apresentou elevação de 10% no setor Comercial e o Sul avanço de 115,6% na Cogeração e de 3,7% no segmento Automotivo.