O mês de agosto foi de más notícias para o setor de veículos e autopeças. Após o anúncio da Anfavea, de queda de 7,3% na produção de automóveis, agora é a vez do Índice Comerc sinalizar o maior resultado negativo do segmento desde outubro de 2016. A queda em agosto de 2019 foi de 4,81% na comparação com o mesmo mês do ano passado – período em que o Brasil já começava a registrar os efeitos das eleições presidenciais.

Para Marcelo Ávila, vice-presidente da Comerc Energia, o segmento vive um ano de gangorra, com algumas altas significativas, como em fevereiro, maio e julho, mas com vários contrapontos, como as quedas de março, junho e agosto. A avaliação que parte dessa “gangorra de resultados” tem explicações, mas a queda de agosto acabou se destacando por não ter justificativa por sazonalidade.

“Os resultados de fevereiro e maio, por exemplo, foram impactados pela questão do Carnaval e da greve dos caminhoneiros. Já a queda deste mês de agosto acaba tendo como justificativa principal as estatísticas da Anfavea de queda nas exportações e fechamentos de fábrica. É algo mais estrutural do setor mesmo”, explicou o executivo. Apesar do mau resultado de agosto, a demanda acumulada pelo setor nos últimos 12 meses se mantém praticamente estável, com ligeira alta de 0,20%.

Embalagens em alta

De acordo com a Comerc, o setor de embalagens se mantém invicto neste ano, com oito altas no consumo de energia consecutivas. Desconsiderado o fator “ano-calendário”, o crescimento contabiliza 18 altas em sequência. O último mês em que houve queda no consumo foi fevereiro de 2018 (-2,10%). Apesar da boa notícia, o motivo para comemorar é comedido, já que o crescimento acumulado nos últimos 12 meses é de apenas 1,99%.

Por outro lado, o mercado de eletromecânica registrou sua primeira queda (-0,09%) depois de sete resultados positivos consecutivos. “Mesmo assim, esse segmento permanece em destaque, com alta acumulada de 4,53% nos últimos 12 meses, muito próximo dos líderes em consumo nesse quesito, que são materiais de construção e papel e celulose, com respectivos 5,26% e 5,11%”, explica Ávila. Mesmo com a queda nos consumos de energia em agosto de 0,46%, os resultados acumulados nos últimos 12 meses ainda são positivos. Segundo o Índice, a alta é de 1%.