A carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) em agosto apresentou variação negativa de 0,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, e acréscimo de 1,5% na comparação com julho, informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em seu boletim mensal, divulgado nessa terça-feira, 24 de setembro. No acumulado dos últimos 12 meses, a carga verificada mostrou aumento de 1,8%.
Apesar das temperaturas estarem mais altas do que em 2018, principalmente nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul, o ONS atribui a queda ao baixo dinamismo da atividade econômica e o menor número de dias úteis como principais responsáveis pelo desempenho da carga no mês. Além disso, a região Nordeste teve retração de 3,5% em relação ao ano anterior, em virtude da ocorrência chuvas e da redução temporária de dois Consumidores Livres da Rede Básica. Já a variação positiva de 4,7% do subsistema Norte foi puxada principalmente pela retomada gradual da carga de um consumidor do setor de metalurgia, que vinha mantendo-se reduzida desde abril de 2018.
Para o Operador, o resultado da carga ajustada, com variação negativa de 0,8%, sinaliza que fatores fortuitos contribuíram positivamente com apenas 0,1% na variação do mês, indicando que o desempenho foi influenciado basicamente pelo efeito econômico. “Ainda que a confiança da indústria tenha apresentado otimismo em agosto, não foi suficiente para compensar as perdas dos últimos meses e mudar a tendência de queda”, informa a nota.
Para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o consumo apresentou uma variação negativa de 0,8% em relação ao ano passado. O resultado ajustado, com variação negativa de 1,3%, indica que o efeito calendário e as temperaturas contribuíram positivamente com 0,5% na variação no mês. Já na comparação com o mês anterior, houve incremento de 1,7%, e no acumulado dos últimos 12 meses, de 1,8%.
No Sul foi registrado queda de 0,3% em relação ao ano anterior e variação ajustada nula, com destaque para o Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI/RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), que cresceu 2,9 pontos, atingindo 59,0 pontos, mostrando-se o segundo aumento consecutivo, o que elevou-o ao maior patamar desde abril de 2019, mostrando expectativas otimistas do setor. No acumulado dos últimos 12 meses, o subsistema mostrou crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período anterior.
Já no Nordeste a carga indicou baixa de 3,5% ante 2018, explicado em parte pela ocorrência de chuvas no litoral e a redução da carga da carga de dois Consumidores Livres da Rede Básica. A variação negativa de 3,0% da carga ajustada corrobora a afirmação do ONS, demostrando que o menor número de dias úteis e temperaturas amenas contribuíram negativamente com 0,5% no mês. Com relação a julho, foi aferido aumento de 1,3%. No acumulado do último ano houve diminuição de 2,6%.
Por sua vez a carga no Norte do país subiu 4,7% na comparação ao valor ocorrido no mesmo mês do ano anterior. Vale destacar que a taxa de crescimento deriva principalmente do retorno de um Consumidor Livre da Rede, em maio, que vinha se mantendo reduzida desde meados de abril do ano passado. Com relação ao mês anterior, o aumento foi de 3,2%. Já no acumulado do ano, a região registrou diminuição de 0,5% na comparação com 2018.