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A geração distribuída, assunto de grande debate atualmente no setor de energia, não passou despercebida no Seminário Nacional de Operadores de Sistemas e de Instalações Elétricas (SENOP), realizado nesta semana em Florianópolis (SC). Em sua 9ª edição, o evento é promovido pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e busca debater os desafios da operação de sistemas elétricos. A mudança nas regras da geração distribuída é um dos temas que está na pauta de prioridades da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A apresentação feita pelo gerente de operações da Celesc, André Leonardo Konig, alertou para os impactos da geração distribuída nas redes elétricas administradas pelas concessionárias. Segundo o Konig, a geração de energia pelos consumidores desafia todo modelo do setor elétrico, cria incerteza em relação à carga, comprometendo a qualidade das previsões para planejamento da expansão e operação da rede como um todo.

Até 2006, a Celesc tinha 20 usinas conectadas diretamente em sua rede, a grande maioria da própria concessionária. A partir de 2016, esse número saltou de 20 para cerca de 140 usinas, somando 1 GW de capacidade instalada entre PCHs e CGHs. “Nessa primeira onda, no entanto, as coisas aconteceram de uma forma até que organizada, diferente dessa segunda onda de GD. A medição da energia era precisa e a comercialização era feita de forma organizada”, ponderou Konig.

O que Konig chama de “segunda onda de GD” é a produção de energia pelos próprios consumidores de baixa tensão, com o devido recebimento de créditos quando essa energia é exportada para a rede da concessionária. Em 2019, a Celesc estima que a geração distribuída poderá ultrapassar 7.305 conexões, somando uma potência instalada de 47.066 kWp. “É algo positivo pelo lado da expansão da fonte solar, mas por outro traz um enorme desafio tanto para a distribuidoras quanto para os demais agentes”, disse o especialista.

O especialista contou que a GD já apresenta alguns reflexos na curva de carga da Celesc. Segundo Konig, o maior desafio da GD é a incerteza que essa fonte causa na demanda, pois a concessionária só consegue saber o quanto está sendo injetado pelo consumidor e não o que está sendo consumido.

Os fluxos bidirecionais de carga demandam mais investimentos na rede por parte das distribuidoras, com impactos positivos para as tarifas, aumentando incentivo para a instalação de mais sistemas de GD. Por outro lado, os aumentos provocados nas tarifas por investimentos necessários para absorção de impactos da GD podem acabar repassados custos aos consumidores que não possuem GD.

Outra preocupação levanta é que com o desenvolvimento de sistemas de armazenamento de energia, boa parte dos consumidores com GD poderão se tonar independentes das distribuidoras, o que causa uma mudança total no negócio de distribuição de energia. Para Konig, a legislação precisa acompanhar e antever as mudanças, garantindo uma transição sustentável para todos os agentes.