As novas bases do acordo para extensão do contrato de concessão da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) por parte da Cemig por 30 anos, a partir de 2023, é positivo do ponto de vista da análise de crédito da estatal elétrica, avalia a agência de classificação Moody’s em relatório divulgado ao mercado nesta quarta-feira (25). Pelo novo acordo, firmado na semana passada entre a empresa de energia e o governo mineiro, seu controlador, a Gasmig deixa de ter a obrigação de construir o gasoduto que abasteceria uma fábrica de fertilizantes que a Petrobras faria em Uberaba (MG), assumindo no lugar o pagamento de taxa de concessão no valor de R$ 852 milhões.

Segundo a Moody’s, o acordo firmado entre o estado de Minas e a Cemig terá ainda outros pontos positivos, como reforçar o fluxo de caixa de longo prazo da Gasmig e facilitar o plano do governo de negociar 49% das ações da empresa – ou até mesmo 100% do controle, caso a Assembleia Legislativa do estado aprove a privatização da companhia. “Como o estado de Minas Gerais controla a Cemig com uma participação de 50,97% das ações com direito a voto da empresa, a venda de mais de uma participação minoritária na Gasmig seria considerada privatização e está sujeita à aprovação da Assembleia estadual”, explica a agência de risco.

A Moody’s vê uma valorização da Gasmig em cenário de privatização. “O efeito do crédito do aumento da alavancagem, como resultado direto do pagamento da taxa de concessão, é compensado pela natureza de longo prazo dos fluxos de caixa e pelo valor potencial de fluxo de caixa adicionado à Cemig em 30 anos”, afirma a agência. Além disso, os avanços regulatórios e institucionais do mercado de gás natural no país, a partir de medidas como a quebra do monopólio por parte da Petrobras e do aumento da competitividade com a entrada de novos agentes do setor privado, devem melhorar a atratividade da Gasmig para potenciais compradores, avalia a Moody’s.