O projeto de eficientização da iluminação pública de Belo Horizonte, que começou a ser implementado por meio de parceria público-privada há dois anos, chega nessa parte final de 2019 com 33 mil lâmpadas de LED instaladas e telegerenciadas nas principais vias e nas praças de maior movimento do município. Essa é a meta da segunda etapa do programa, considerado um dos maiores na área de smart city e internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) da América Latina. Desenvolvido em conjunto pela Prefeitura e pela concessionária de iluminação pública da capital mineira, a BHIP, o projeto prevê a instalação de cerca de 180 mil pontos inteligentes até o final de 2020. O contrato de modernização tem validade até 2037.
Os números dos primeiros dois anos do projeto, que na primeira fase promoveu a instalação de 12 mil lâmpadas operadas remotamente, mostram uma redução entre 30% e 40% no custo com manutenção dos equipamentos modernizados. De acordo com Marcos Ablas, consultor do segmento de Utilities da Logicalis – empresa de TI de matriz inglesa que atua na implantação, operação e manutenção do software do sistema adotado no projeto de PPP em Belo Horizonte –, uma das vantagens com a solução de telegerenciamento está na rapidez na tomada de decisão. “Podemos modular remotamente até a intensidade da iluminação nos equipamentos de LED, de acordo com o horário e os locais”, explica o especialista.
Para a prefeitura da capital, o sistema remoto de controle e OeM do sistema de iluminação pública municipal significa uma economia anual de aproximadamente R$ 25 milhões, a partir de uma redução mínima de 45% no gasto com eletricidade. Atualmente são pouco mais de 6 mil km de vias públicas contempladas pela nova iluminação, na qual atuam diretamente 22 equipes de manutenção e 14 de modernização. O investimento no projeto por parte da BHIP atinge cerca de R$ 400 milhões, com parte do valor financiado pelo BNDES. Segundo Ablas, o banco nunca havia firmado um contrato de PPP nessa área tão longo assim. “Contrato de serviço com mais de 10 anos de duração exige confiança entre as partes”, ressalta.