Buscando alternativas futuras para o equilíbrio entre flexibilidade e segurança na matriz energética, o governo brasileiro anunciou que irá retomar os estudos de inventário das hidrelétricas de médio porte localizadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde há um potencial de 15 GW para a fonte, informou o Secretário de Planejamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros.
De acordo com o Secretário, a questão é uma das prioridades no momento para a pasta, que deve colocar as quatro UHEs recentemente incluídas no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) no próximo leilão de geração. “O que queremos enfatizar e que deverá refletir no próximo PDE é retomar os estudos de inventário desses empreendimentos, importantíssimos por estarem próximos aos centros de consumo, sem a necessidade de investimentos maiores em transmissão, além de menos impactos ao meio ambiente e a populações locais, como acontecem com as grandes usinas”, explica.
Em contrapartida, Reive também afirmou não ser possível abrir mão das grandes usinas no futuro, como a exemplo de Tapajós. “Se você tem UHEs de custo menor e com menos impactos, é essas que serão sairão do papel primeiro”, pondera, afirmando que o projeto da usina de Tapajós será estudado mais a frente e não para os próximos anos. “Ainda vamos analisar essa questão e os condicionantes ambientais que impediram a obra. A ideia é que seja uma usina plataforma, o que poderá ser reavaliado”.
Novo mercado de gás ainda não impactará Leilão A-6
Na avaliação de Barros, a expectativa para o próximo leilão A-6, marcado para 18 de outubro, é positiva, visto a oferta de geração ser muito grande, o que promoverá uma competição com preços menores, onde no final o consumidor será beneficiado.
Sobre a precificação do gás para o certame a partir da perspectiva de expansão proposta pela abertura de mercado do governo, que deve impactar na baixa do valor de mercado, Reive salientou que existe uma oferta do insumo muito grande em todo mundo, com alguns fornecedores estrangeiros e também aqui no país.
“O preço que está sendo ofertado hoje no mercado internacional é muito competitivo e isso está sendo considerado nesse certame”, afirma, reiterando que o leilão não será impactado ainda por essa expansão do novo mercado de gás no país. “O trabalho está sendo feito com a disponibilidade que se tem hoje a nível mundial e um pouco aqui no Brasil”, completa.
Segundo ele os investidores estrangeiros trabalham mais ou menos com uma ordem de grandeza para o nível de competição que irão encontrar aqui, por isso é preciso preços mais competitivos. Ele chama atenção também para alguns projetos que são ampliações, estes ainda mais interessantes pois já possuem uma base construída.
Já quanto ao A-4, marcado para o ano que vem, o Secretário afirmou que o Ministério está no momento compilando e analisando as contribuições da consulta pública feita em julho, para depois publicar as diretrizes e sistemáticas. “A previsão é que isso saia agora em outubro”, disse.