O último mês oficial do período seco no ano de 2019 apresentará vazões abaixo da média histórica dos 89 anos em todos os subsistemas. Essa é a principal avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico em sua apresentação para o Programa Mensal de Operação de outubro. Contudo, a tendência que se observa é de elevação da energia natural afluente em todas as regiões na comparação com o mês passado, um comportamento normal para esse momento que é de transição para o período úmido que é considerado a partir de novembro.
A projeção inicial para a Energia Natural Afluente a ser registrada ao final do mês que vem é mais elevada no maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste com 72% da média de longo termo, que se confirmada representa vazão de 16.891 MW médios. Para efeitos de comparação, a média no período úmido para a região passa de 45 mil MW médios. No Norte está o segundo maior volume porcentual esperado com 65% da MLT, no Nordeste é projetado o 3º pior outubro do histórico de 89 anos com 37% da média e no Sul 46% da média histórica naquela região.
Em termos de meteorologia o trimestre que se inicia na próxima segunda-feira demonstra tendência a um comportamento de estação chuvosa até dezembro com aumento dos acumulados de precipitação e das temperaturas em todo o país. Os modelos de mostram ainda, continuou o ONS, que a temperatura do Pacífico Sul está em estado de neutralidade, não caracterizando El Niño nem La Niña.
Apesar dos bloqueios atmosféricos verificados ao longo de agosto e setembro, apontou o operador, o nível dos reservatórios no SE/CO, o maior do país com cerca de 70% da capacidade de acumulação do Brasil, está em nível acima do verificado nos anos críticos para efeitos do setor elétrico. Apesar disso, o deplecionamento continua. A previsão é de encerrar outubro com 23,7% da capacidade utilizada ante inicial de 31,7%. No Sul a queda é de 3,2 pontos porcentuais, para 38,7%, no NE é de 6,8 p.p. que se confirmada levará a região a registrar 37,3% de uso dos lagos que possui e no Norte a projeção inicial é de queda de quase 20 p.p. chegando a 31,4%.
O consumo deverá apresentar crescimento na comparação com o mesmo período do ano passado. A estimativa inicial é de que haja uma elevação da carga de 2,8%, para 69.336 MW médios. São esperados aumentos em quase todas as regiões, no SE/CO de 3,5%, no Sul de 3,3% e no Norte de 5,5%. Apenas no NE é que se projeta queda, 1,2% ante outubro de 2018.
O preço apresentou nova elevação ante a ultima semana de setembro e agora com equalização do valor em todos os submercados. Para os SE/CO e Sul o aumento do CMO médio foi de 2,3%, ou R$ 5/MWh ante a semana passada, passou a R$ 229,83/MWh para todos. Os valores estão em R$ 234,22/MWh nos patamares de carga pesado e médio e em R$ 225,01/MWh no leve.
Para a semana operativa que se inicia neste sábado, 28 de setembro, a programação de geração térmica se elevou em 685 MW médios, para 10.181 MW médios. A maior parte continua a ser por inflexibilidade com 5.095 MW médios, há outros 4.685 MW médios por ordem de mérito e 428 MW médios por restrição elétrica. No Sudeste a térmica Luiz Carlos Prestes (134 MW), a gás é a última da pilha de usinas por ordem de mérito. No Sul é Jorge Lacerda B (262 MW), movida a carvão nas cargas pesada e média, no Nordeste é a Termofortaleza (727 MW) a gás e no Norte Nova Venécia 2 (178 MW) a gás natural.