O Conselho de Administração da Light aprovou a 17ª emissão de debêntures pela subsidiária de serviços Light Sesa, totalizando um montante de R$ 1 bilhão, informou a empresa em comunicado ao mercado na última sexta-feira (27). Os recursos serão destinados, principalmente, para o refinanciamento de dívidas existentes e também para o reforço de capital de giro.
Outra operação anunciada é o resgate antecipado de 35% dos bonds emitidos pelas suas controladas Light Sesa e Light Energia, no montante equivalente a U$$ 210 milhões. Essas operações complementam as atividades na área de gestão de responsabilidades já realizadas pela companhia, com recursos obtidos por meio de sua oferta de distribuição primária de ações concluída em 17 de julho de 2019.
Entre os destaques está o resgate antecipado da 14ª emissão de debêntures da Light Sesa em R$ 328 milhões e o encerramento de operações de swap referentes à 9ª emissão de debêntures da empresa, pelo montante total de R$ 101 milhões, cujo valor nocional era de R$ 500 milhões, com custo de IPCA + 7,82% ao ano e vencimento em maio de 2021.
Constam também o pagamento antecipado de U$$ 90 milhões, de um total de U$$ 180 milhões, do financiamento da Light Sesa com o Citibank, cujo custo era de CDI + 2,2% ao ano, sendo o saldo remanescente reperfilado a CDI + 1,5% ao ano, com vencimento em agosto de 2021. Por fim, destaca-se também a captação pela Light Energia de U$$ 80 milhões com o Citibank, ao custo de CDI + 1,30% ao ano e vencimento tipo bullet em 2 anos.
Segundo a empresa, a agenda de gestão de responsabilidade da companhia terá sequência com objetivo de otimizar seu perfil de dívida e reduzir os custos financeiros, propiciando assim geração de valor para seus acionistas.
S&P Global atribui rating ‘brAA+’ à emissão
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings atribuiu o rating ‘brAA+’ na Escala Nacional Brasil à 17ª emissão da empresa, sendo o montante dividido divididas em até quatro séries, com vencimento final em 2026. Na análise, a agência aponta que a destinação dos recursos ao refinanciamento de dívidas existentes e reforço do capital de giro da Light Sesa não trará impacto material nas suas métricas de crédito.
Para a S&P, a avaliação é igual ao rating de crédito corporativo de longo prazo da Light Sesa na Escala Nacional Brasil, uma vez que é uma empresa operacional sem outras subsidiárias. Além disso, embora a distribuidora conte com garantias reais em parte de seu endividamento, a agência diz não acreditar que os credores quirografários, como os da emissão proposta, estejam em desvantagem significativa em relações aos demais.
Contudo, a visão é de que a subsidiária de serviços da Light continue enfrentando o desafio de combater elevadas perdas de energia, que representaram aproximadamente 25% do total injetado nos 12 meses findos em junho de 2019, e que refletem as características específicas de sua área de concessão, na qual parte das regiões atendidas apresenta grande vulnerabilidade econômico-social.
Com os recursos provenientes da oferta pública de distribuição de ações ordinárias da Light, realizada em 17 de julho de 2019, a companhia realizou um aporte de capital de R$ 1,8 bilhão na Light Sesa, contribuindo para a redução do endividamento bruto e para o aumento da flexibilidade financeira da companhia, o que deve levar sua alavancagem líquida para níveis entre 3,0 e 3,5x em 2020.