A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu, pela primeira vez, o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’ à Enel Green Power Volta Grande e à proposta de sua primeira emissão de debêntures, no montante de R$ 800 milhões, a ser realizada em até duas séries, ambas com vencimento final em 2029. Os recursos serão utilizados para reembolso de gastos, despesas e dívidas relacionadas ao pagamento de bonificação pela outorga de concessão da usina hidrelétrica Volta Grande, com Perspectiva Estável.
A Fitch considera Volta Grande com o mesmo rating da Enel Brasil, por entender existir fortes vínculos legais, operacionais e estratégicos entre as duas companhias, de acordo com a Metodologia de Vínculo Entre Ratings de Controladoras e Subsidiárias. A Enel Brasil controla integralmente a UHE Volta Grande, de 380 MW de capacidade instalada, estando completamente integrada à atividade da controladora.
A agência também classifica outras subsidiárias da Enel, como a distribuidora em São Paulo, a Ampla, Coelce e Celg com o mesmo rating em Escala Nacional ‘AAA(bra)’, e a Enel Distribuição SP com os IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Inadimplência do Emissor) de Longo Prazo em Moedas Local e Estrangeira em ‘BBB-‘ e ‘BB+’ respectivamente, todos com Perspectiva Estável.
De acordo com a agência, os ratings das subsidiárias, incluindo Volta Grande, refletem a visão consolidada do grupo e os fortes vínculos legais, estratégicos e operacionais entre a empresa no Brasil e sua acionista controladora, a Enel Américas. Este vínculo é atestado, principalmente, pela inclusão da primeira e de algumas subsidiárias nas cláusulas de inadimplência cruzada da dívida no âmbito do grupo na América, que também possui histórico de concessão de empréstimos mútuos substanciais, aumentos de capital e garantias de dívidas prestadas às subsidiárias brasileiras, o que vem sustentando o plano de crescimento da Enel Brasil e melhorando sua flexibilidade financeira.
A Fitch acredita que o vínculo é forte o suficiente para justificar um IDR em Moeda Local mais alto para a Enel Distribuição SP, mas considera a diferença de três graus entre o IDR em Moeda Local da empresa e o IDR soberano brasileiro (‘BB-‘/Perspectiva Estável) apropriada para um setor regulado. Na opinião da agência, o perfil de crédito individual da empresa estaria em linha com um IDR em Moeda Local semelhante ao atualmente atribuído à companhia, considerando a força do grupo no Brasil. A Perspectiva Estável dos ratings reflete a mesma Perspectiva de avaliação do Brasil. O enfraquecimento do vínculo com a Enel Américas e/ou alguma deterioração no perfil de crédito da controladora não devem pressionar os ratings da Enel Brasil e de suas subsidiárias.
Em base individual, o perfil de crédito consolidado da Enel Brasil incorpora um moderado risco de negócios, proveniente de suas operações no segmento de distribuição de energia e sua forte posição no mercado como um dos maiores grupos privados do setor de energia elétrica brasileiro. Sua base de ativos é diversificada e conta com quatro concessões de distribuição, três usinas de geração, incluindo a UHE Volta Grande, e duas linhas de transmissão, o que contribui para a diluição dos riscos operacionais e regulatórios, mais presentes no segmento de distribuição.
A análise também incorpora aumentos no consumo de energia e ajustes tarifários favoráveis, que deverão aumentar a geração de caixa operacional do grupo nos próximos anos. A análise ainda aponta que a empresa manterá indicadores financeiros robustos, com baixa alavancagem e forte perfil de liquidez, apesar de os elevados investimentos e a distribuição de dividendos mais altos pressionarem o fluxo de caixa livre (FCF).