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A Schneider Electric afirmou nesta quarta-feira, 2 de outubro, que as emissões globais gás carbônico podem ser reduzidas em 50% se medidas digitais de eficiência energética fossem adotadas em metade das edificações existentes, em concomitância com as iniciativas globais de eletrificação e descarbonização. A empresa fez um chamado durante a abertura do seu Innovation Summit em Barcelona, na Espanha, para que todos trabalhem em conjunto para tornar essa meta uma realidade para a melhora da eficiência de negócios e da sustentabilidade do planeta e do desenvolvimento de todos.

Segundo a empresa, edificações, datacenters, infraestrutura e indústria são responsáveis por 70% da demanda de energia no mundo. “Nós estamos passando por uma mudança tectônica atualmente em direção a eletrificação e a digitalização, permitindo um novo paradigma em sustentabilidade”, afirmou Jean-Pascal Tricoire, CEO Schneider Electric.

Durante sua apresentação, o executivo reforçou que temos 20 anos para alcançar a meta. Tricoire afirmou que a eletrificação é importante para as metas de descarbonização, pois somente 20% do consumo de energia vem da eletricidade e a expectativa é chegar a 40%. Para alcançar a meta de emissões, ele disse que a conversão do atual estoque de edificações teria que ser de 2% ao ano. O executivo afirmou que reduzir as emissões é uma decisão de negócios, com a diminuição de custos com energia haverá mais ganhos para as empresas.

A Schneider está apostando na transformação digital e energética que o mundo está passando. Para Tricoire, essa transformação se dá de forma conjunta e terá efeitos positivos para os objetivos de reduzir os impactos das mudanças climáticas. Uma iniciativa da empresa foi anunciar que deixará de usar o gás SF6 para isolamento de equipamentos elétricos e passará a usar métodos de isolamento a ar. Na área de datacenters, a empresa se associou a startup Iceotope para resfriamento por líquidos, o que pode aumentar a eficiência energética dos equipamentos.

A própria Schneider Electric se colocou o desafio de ser emissão zero em 2050, sendo que, em 2030, a expectativa é ser carbono neutro. Tricoire afirmou ainda que a empresa vai trabalhar em toda a sua cadeia de fornecimento para seguir essas metas. A empresa pretender ter 100% da energia consumida vindo de fontes renováveis em 2030, frente aos 40% alcançados no primeiro semestre deste ano.

Treze prédios da empresa já são carbono neutro, adotando máxima eficiência energética e fornecimento de energia por fontes renováveis. O resultado veio com a adoção de tecnologias desenvolvidas pela própria Schneider a partir da EcoStruxure, plataforma de arquitetura digital, e soluções de gestão digital de energia.

Emmanuel Babeau, diretor Financeiro da Schneider Eletric, disse que a tendência é a empresa se tornar um prossumidor, ou seja, produzindo energia no local de consumo ou contratando energia renovável para atender a meta. A empresa ainda não tem um valor de investimento fechado.”Estamos trabalhando para atingir as metas de carbono neutro. Temos que ter todos os prédios inteligentes, nossas plantas dentro do conceito de indústria 4.0. Como produzimos parte da tecnologia necessária, provavelmente, teremos um custo menor”, disse o executivo em entrevista coletiva.

Outra preocupação da Schneider é o acesso a energia elétrica em todo mundo. Por isso, a empresa lançou seu terceiro fundo de investimento, em parceria com Nordfund, EDFI Eletrific e Amundi, para dar eletrificação na Ásia, focado no Sul e Sudeste do continente. O fundo terá 20,9 milhões de euros a disposição de start ups, que desenvolvam formas de levar energia a 350 milhões de pessoas na região que não tem eletricidade atualmente. Os outros dois fundos são Energy Acess Fund e Energy Acess Ventures Fund.

*O jornalista viajou a convite da Schneider Eletric