Um estudo da consultoria Wood Mackenzie acerca dos custos com a operação e manutenção de usinas solares aponta que os custos anuais com essas ações crescerão de quase US$ 4,5 bilhões em 2019 para pouco mais de US$ 9 bilhões em 2024. Esse aumento, explica, deve-se ao crescimento futuro da demanda e à capacidade instalada atual. Já os consertos não planejados podem custar aos proprietários até US$ 3 mil/MW ao ano, com base em um sistema de energia solar de tamanho médio de 50 MW.
A fonte, aponta a consultoria, atingirá uma nova alta anual de 114,5 GW em 2019, crescimento de 18% em relação ao ano anterior. As instalações anuais ficarão entre 120 e 125 GW no início da década que vem à medida que os mercados emergentes começarem a fornecer resultados. E ainda, projeta que as instalações fotovoltaicas solares cumulativas globais aumentem de cerca de 500 GWdc em 2018 para 1.243 GWdc até 2024. Os maiores mercados são a China, Índia e EUA que concentram mais de 50% das instalações globais nesse horizonte, tornando a APAC e a América do Norte as regiões mais atraentes para o segmento de O&M solar.
As instalações solares próximas ao final da vida útil dos inversores atingirão 21 GW até o final de 2019, representando 3,4% do mercado global. Isso aumenta para mais de 14% da capacidade acumulada total nos cinco anos seguintes. Até 2024, Wood Mackenzie espera que a indústria solar tenha 176 GW de projetos com inversores com mais de dez anos.
Apesar de ser o componente mais significativo e importante de um projeto solar, a substituição de um inversor solar representa apenas de 12% a 13% do custo médio de O&M de um sistema de energia solar de cerca de 50 MW. Até 2024, somente os custos de substituição do inversor atingirão quase US$ 1,2 bilhão de uma oportunidade total de O&M de US$ 9,4 bilhões. Outras áreas que têm um impacto significativo nos custos são manutenção preventiva regular e reparos corretivos, representando 35% e 24%, respectivamente.
Outro fator que mostrou evolução com o tempo foram as taxas de utilização de técnicos nos últimos anos. Anteriormente, um técnico poderia atender a 20 MW de capacidade. Hoje, com as pressões globais de queda nos preços que impulsionaram a implementação de soluções automatizadas e plataformas digitais, possibilitaram aos técnicos aumentar o alcance para uma faixa de 40 MW a 60 MW, ou seja, mais do que duplicando sua eficiência em alguns casos.
O estudo apontou que embora uma parte significativa dos projetos de energia solar fotovoltaica tenha um sistema de monitoramento implementado, poucos são sincronizados em tempo real com as ferramentas de diagnóstico em vigor. Menos ainda realizam avaliações periódicas básicas de desempenho. Os proprietários de ativos teriam todas as operações executadas de forma autônoma e vinculadas a um ERP. No entanto, uma plataforma digital de ponta a ponta ainda não é uma realidade. Os operadores de ativos podem implantar algumas das soluções digitais disponíveis, mas ainda precisam usar esse avançado de um ecossistema digital.
E na avaliação da consultoria, o futuro é, sem dúvida, digital. No entanto, nem todas as instalações e proprietários de ativos estão prontos para implementá-las. Principalmente para aqueles projetos próximos do fim da vida útil. Não faria sentido tecnicamente nem comercialmente, pois o sistema de aquisição de dados pode não suportar todos os requisitos do sistema digital.