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Produzir a própria energia não é mais exclusividade do setor industrial. Atualmente, com o avanço da tecnologia de energia solar, qualquer consumidor  pode ter sua própria microusina no telhado de casa. Trata-se de um mercado que, desde 2016, tem apresentado um crescimento exponencial no Brasil. São mais de 116 mil microusinas em operação do país, somando mais 1.400 MW em capacidade instalada, a maior parte gerando energia através do Sol. Segundo dados mais recentes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 250 novos sistemas foram instalados por dia em agosto deste ano.

Fundada em 2009, a Blue Sol Energia Solar é pioneira no desenvolvimento de projetos, venda, instalação e treinamentos para o setor de geração solar distribuída no Brasil. A empresa estima fechar o ano com um faturamento de R$ 100 milhões, totalizando mais de 2.500 sistemas instalados no país ao longo de 10 anos de atuação.

O negócio da família Colaferro, no entanto, foi além da estratégia tradicional de desenvolver, importar equipamentos e instalar sistemas fotovoltaicos. Entendendo que era importante estar próximo dos clientes, a Blue Sol criou um modelo de franquias, que hoje já soma 30 franqueados, com a expectativa de chegar a 40 franqueados até de dezembro de 2019. A meta da companhia é alcançar 150 franquias em 2025. Outros negócios também são estudados pela Blue Sol na área de sistemas de armazenamento de energia e carregadores para veículos elétricos.

Nelson Colaferro, da Blue Sol

Agência CanalEnergia: A Blue Sol tem três frentes de negócio – franquias, comercialização de equipamentos e capacitação na área de energia solar. Fale-me sobre eles.

Nelson Colaferro: Hoje nossas atividades são complementares. A área de solução para geração distribuída foi o princípio da Blue Sol em 2009. Na época o setor era embrionário e entendemos que precisávamos criar uma rede de parceiros. Iniciamos os programas de treinamentos e com isso, além de formar novos profissionais, começamos a criar nossa rede de integradores e instaladores. A partir desse momento focamos nosso negócio em entregar a solução completa para o cliente, sempre utilizando nossa rede de parceiros. Em 2015, notamos que o mercado estava se fortalecendo e entramos numa rota de crescimento importante. Assim, procuramos formalizar a nossa rede de parceiros e criamos o modelo de franquias. Hoje são 30 franqueados em 15 estados brasileiros. O treinamento é uma forma de preparar a nossa rede de parceiros e a franquia foi uma forma de formalizar.

Agência CanalEnergia Qual é a estratégia da Blue Sol para chegar a 150 franquias em 2025?

Nelson Colaferro: Temos um modelo de negócio sustentável, onde o nosso franqueado tem uma remuneração sólida e rentável. Não se trata simplesmente de ampliar nossa rede. Essa é a parte fácil. Nosso desafio é dar sustentabilidade ao negócio. Percebemos que diversas franquias já recuperaram o investimento e alguns franqueados estão partindo para segunda, terceira e quarta unidade. Isso valida o modelo. Se o nosso franqueado está feliz, essa é a nossa principal propaganda. 150 franquias é um número factível para os próximos cinco anos.

Agência CanalEnergia: Como funcionada o modelo de franquias?

Nelson Colaferro: A ideia é somar forças. O franqueado é mais forte porque ele tem presenta local, conhece o mercado. Ele tem uma capacidade maior de abordagem do que uma empresa que está distante. Ficamos com toda a parte de marketing, logística, financeiro, relacionamento com os bancos, projeto de engenharia, compra de equipamentos. Despachamos todos os equipamentos até o ponto de instalação. Quando os equipamentos chegam no cliente, o franqueado vai fazer a instalação, pois tem uma produtividade maior por estar mais bem localizado. Vamos acompanhando tudo e auditando todos os processos. Paralelamente já estamos fazendo o processo de conexão junto à distribuidora. O pós-venda é feito pelo franqueado. O investimento em uma franquia varia entre R$ 100 mil e R$ 239 mil, com expectativa de retorno em 24 meses.

Agência CanalEnergia: Quais são os riscos para o franqueado e para o franqueador?

Nelson Colaferro: O franqueado não tem nenhum risco financeiro porque esse risco é centralizado pela Blue Sol. Outra vantagem é que o franqueado não precisa carregar estoque de equipamentos, porque os matéria são despachados direto para o cliente final na sua integridade. São benefícios que reduzem o risco da operação da franquia. Para nós, o que pode dar errado é eventualmente algum tipo de procedimento que não esteja dentro do que a gente prevê de qualidade. Mas temos criado mecanismos de controle que têm suprido essa eventual deficiência. Na realidade, o modelo está funcionando muito bem e estamos cruzando uma experiência em franquias de quase três anos em todo o Brasil.

Agência CanalEnergia: Qual a expectativa da empresa em relação à revisão da REN 482 e como isso deve impactar o negócio da Blue Sol?

Nelson Colarferro: Operamos na geração distribuída junto à carga, ou seja, no ponto de consumo, imaginamos que a Aneel deverá entender que esse negócio impacta muito menos o setor do que outros tipos de geração distribuída. A nossa expectativa é que, ou se mantenha o modelo como é hoje, ou que o pedágio que venha a existir aconteça no médio prazo quando o mercado já estiver mais consolidado. A gente entende que uma alteração regulatória nesse momento é precipitada e estamos torcendo para que ela seja postergada.

Agência CanalEnergia: Como está o custo dos equipamentos?

Nelson Colaferro: Os preços caíram muito de 2015 até 2018, esse ano tivemos um processo de quase estabilização, porém o preço agora está impactado por causa do aumento do dólar. A gente imagina que no futuro próximo os preços ficarão estáveis, mas com ganho de eficiência importante dos equipamentos. O preço da instalação completa deverá ser manter nos patamares de hoje desde que o dólar continue por volta de R$ 4,00 e os equipamentos deverão entregar um pouco mais de energia que hoje. Utilizamos a tecnologia mais convencional e a que oferece mais segurança para o consumidor: módulos de silício cristalino com inversores centralizados.

Agência CanalEnergia: Qual foi o desempenho da companhia nesses 10 anos?

Nelson Colaferro: Em 2019, cruzamos a casa de 16 mil pessoas que passaram pelo nosso programa de treinamento, devemos encerrar o ano com 2.500 sistemas instalados, distribuídos por 26 estados no Brasil. Apenas no Amapá que não temos um sistema. Somos uma rede de 30 franqueados, em 15 estados. Nosso foco é no programa de qualidade de todos os nossos processo e digitalização para que a empresa possa ganhar escala. Desde 2016 estamos dobrando de tamanho a cada ano. Neste ano, nosso faturamento deve chegar a R$ 100 milhões. Temos uma preocupação muito mais focada na qualidade do que na aceleração do crescimento. Entendemos que o ganho de escala precisa acontecer com muita qualidade nos processos. Temos uma equipe de 95 pessoas e as franquias já empregam 100 pessoas.

Agência CanalEnergia: A Blue Sol pretende ingressar no mercado de geração solar centralizada?

Nelson Colaferro: Pretendemos manter a nossa operação em usinas de até 1 MW e continuar operando sistemas que geram energia no ponto de consumo e, na medida que as tecnologias de armazenamento se tornem comercialmente viáveis, pretendemos começar a oferecer sistemas de armazenamento para energia solar e no futuro próximo oferecer carregadores de veículos elétricos que se abastecem da fonte solar. Essa é a nossa visão de médio prazo.