A Enel Distribuição São Paulo lançou nesta quarta-feira, 9 de outubro, um novo programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica que visa implementar na Vila Olímpia, na Zona Sul da capital paulista, um projeto de transformação digital. A companhia aplicará no local mais de 40 iniciativas voltadas à digitalização e inteligência artificial, que segundo a companhia são inéditas na América do Sul. As soluções serão voltadas para a gestão da rede de energia que consumirão cerca de R$ 125 milhões nos próximos três anos, o maior programa em termos de volumes financeiros já enquadrados pela Aneel nessa modalidade.
Chamado de Urban Futurability, a iniciativa contempla a criação de uma réplica digital tridimensional da rede elétrica da Vila Olímpia e a instalação de aproximadamente 4.900 sensores que coletarão dados sobre as condições da rede. A tecnologia para a cópia digital da rede, chamada Network Digital Twin, permitirá acesso remoto e em tempo real, cujo objetivo é o de melhorar a operação da Enel e a qualidade de serviços para os clientes da região.
De acordo com o CEO global da empresa, o italiano Francesco Starace, esse é o primeiro passo para transformar digitalmente a região metropolitana de São Paulo. Contudo, anda não há uma data para que se possa estender as iniciativas para outras regiões da cidade. Mas, comentou, que o futuro é da transformação digital, que ajuda a entender e a mudar o comportamento de consumo de energia pela população.
“Há uma transição em todo o lugar e uma mudança incrível, a tecnologia veio para mudar isso. Todos nós falamos sobre essa transformação digital como um driver para grandes mudanças e no nosso comportamento de consumo de energia”, comentou Starace. “Hoje vemos as renováveis tão competitiva quanto as demais formas de geração e isso porque os equipamentos estão trabalhando mais e custando menos. Vejo no Brasil o primeiro país no mundo onde essa tendência foi observada em uma forma fantástica, ano após ano, as renováveis com mais competitividade que a térmica na maior parte do tempo”, afirmou ele durante o lançamento.
A ideia da Enel é de que esse modelo de projeto traga uma identificação mais ágil das falhas com um grande número de sensores e assim proporcionar melhor serviço aos consumidores com nível mais elevado de inteligência de dados, o que deverá evitar interrupções no serviço tornando-o mais seguro e contínuo.
Para o country manager da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, este projeto demonstra a liderança da Enel num momento em que o setor elétrico passa por grandes transformações. Ele afirmou que a infraestrutura elétrica da Vila Olímpia se tornará uma plataforma digital, inteligente e sustentável que possibilitará novas aplicações e o uso eficiente da energia. Com a utilização de recursos de digitalização e inteligência artificial. “Vamos deixar a rede preparada para conectar veículos elétricos e a geração distribuída, contribuindo com o crescimento sustentável da cidade”, destacou ele.
De acordo com a empresa, os sensores auxiliarão a distribuidora na operação e também no processo de localização de defeitos na rede. Os sistemas de auto reconfiguração isolam um trecho afetado de forma automática, reduzindo o número de clientes impactados. Sistemas inteligentes identificarão também outros ativos que interfiram na operação, como, por exemplo, árvores próximas aos cabos. A tecnologia será capaz de verificar como a rede da Enel convive com os demais ativos utilizados pelo município e outras empresas. Essas informações alimentam um sistema de inteligência artificial que vai monitorar e propor o melhor plano de manutenção preventiva.
Além disso, apontou a concessionária que atende a capital paulista, para atender o cenário de expansão da mobilidade elétrica e do avanço da geração distribuída, as redes de distribuição de energia precisam se tornar mais inteligentes e capazes de lidar com uma complexidade maior de cargas. Está previsto no projeto na Vila Olímpia, num segundo momento, a incorporação de soluções de mobilidade elétrica, mobiliário urbano conectado e de iluminação inteligente da Enel X. A empresa é a responsável pela linha global de negócios da Enel dedicada ao desenvolvimento de produtos inovadores e soluções digitais em setores em que a energia está mostrando o maior potencial de transformação: cidades, residências, indústrias e mobilidade elétrica.
A cidade de São Paulo foi escolhida pelo fato de ser a maior da América do Sul e de que há a tendência de cada vez mais as pessoas viverem em grandes regiões metropolitanas. “Portanto as grandes cidades são os lugares onde estão os clientes. Nesse contexto, São Paulo representa as mega cidades e nos permite desenvolver todos os modelos de transição energética e assim escutar os clientes com as soluções distintas. Estamos nos movimentando da venda de comomodity que é a energia elétrica para venda de serviços que melhoram a vida das pessoas”, disse Maurizio Bezzeccheri, CEO da Enel para a America Latina.
Atualmente, a região da Vila Olímpia conta com 15,53 km de cabos subterrâneos e outros 4,86 km serão enterrados em 26 vias, o que resultará na retirada de aproximadamente 150 postes, depois que as empresas de telecom que os compartilham também enterrarem seus cabos.
Ainda faz parte desse projeto o suporte da tecnologia feito por parte dos eletricistas da empresa. Serão aplicadas soluções de realidade aumentada nos smartphones e tablets desses profissionais, que passarão a ter informações das condições dos ativos da companhia na região em tempo real. Termocâmeras portáteis também serão disponibilizadas para uso com smartphones, possibilitando aos profissionais de campo localizar possíveis anomalias na rede, antes dificilmente detectadas.