O consumo total de gás natural no Brasil teve um avanço de 8,2% em agosto em relação aos números de julho. Foram consumidos em agosto 70,79 milhões de metros cúbicos/dia ante 65,44 milhões no mês de julho. Na comparação com o mês de agosto de 2018, quando o consumo chegou a 72,17 milhões de metros cúbicos/dia, a queda é de 1,9%. Os números fazem parte de levantamento estatístico da Abegás, divulgados nesta sexta-feira, 11 de outubro.

Em agosto, a demanda termelétrica teve um consumo de 29,59 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural, crescimento de 15,93% em relação aos números registrados em julho (25,45 milhões de metros cúbicos/dia) e de 3,9% em relação a agosto de 2018 (28,4 milhões de metros cúbicos/dia). A indústria, entretanto, apresentou ligeira queda em relação aos dados de julho deste ano (-0,7%) e manteve-se praticamente estável no acumulado do ano. Já o uso automotivo teve um crescimento de 1,2% em relação a julho e acumula alta de 3,5% ao longo do ano de 2019.

“Os números do consumo total de gás natural costumam subir na comparação mensal nestes meses mais secos do ano por causa do aumento do despacho das térmicas a gás, reflexo da queda do volume de água nos reservatórios das hidrelétricas. Apesar do crescimento da geração termoelétrica, o levantamento aponta uma desaceleração da atividade industrial”, explica o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.

“Para mudar esse quadro, é preciso acelerar medidas que realmente façam a diferença para aumentar a competitividade da oferta da molécula. O TCC Cade/Petrobras foi um passo importante, mas agora é necessário definir como será o acesso de outros agentes à infraestrutura essencial (rotas de escoamento, unidades de processamento e gasodutos de transporte). A falta de regras claras gera insegurança sobre como se dará o processo de transição e não contribui para garantir a palavra mágica para os investidores: previsibilidade”, acrescenta Salomon.

O presidente executivo da Abegás reforça a necessidade de o governo criar medidas que garantam demanda firme. “O país não pode perder a oportunidade de aproveitar o significativo crescimento da oferta nessa próxima década. Para estimular a produção do pré-sal será necessário não só interiorizar a malha de gasodutos – estimulando a infraestrutura de distribuição nos Estados com obras de infraestrutura que gerem empregos, mas um pacote de medidas que estimulem novas aplicações para o gás natural — uma delas, como já sinalizou o ministro Bento Albuquerque, é o uso em transporte de carga e de passageiros, substituindo o diesel, um combustível mais caro e poluente”, conclui o presidente executivo da Abegás.

Em agosto, o número de unidades consumidoras de gás natural se aproximou da marca de 3,6 milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.