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Com cerca de R$ 1,5 bilhão em investimentos totais, o Brasil já é um dos principais mercados para a francesa Total Eren, braço para energias renováveis da petroleira Total. Em entrevista, Pierre-Emmanuel Moussafir, CEO da companhia no Brasil, disse que está otimista com o potencial de crescimento do setor elétrico brasileiro no longo prazo, no entanto, teme que as mudanças regulatórias em curso afetem o desenvolvimento do mercado no curto prazo.
“Aos poucos estamos chegando a um nível de compreensão fino das questões regulatórias do Brasil”, disse Moussafir. “O setor elétrico brasileiro, comparado a outras regiões, eu diria que é um mercado maduro, com regras bem estabelecidas e com a renovável bem forte. Obviamente que existem alguns desafios com todas as conversas que existem na Aneel, separação de lastro e energia etc., mas acreditamos que tem uma base para crescer. Hoje temos um conhecimento local que não tínhamos há 3 anos”, analisou.
Até o momento, a estratégia da Total Eren consistiu em comprar ativos em fases avançadas de desenvolvimento, com ou sem contratos de venda de energia. A empresa não estaria pronta, ainda, para partir para projetos greenfields em razão do tempo de desenvolvimento, “mas um dia vai chegar”.
O executivo contou que a empresa segue aberta a novas oportunidades de investimento, entretanto, o foco está voltado para a conclusão dos ativos que estão na carteira, buscado otimizações nos projetos. “É hora de digerir o que a gente tem”, disso Moussafir, que lidera uma equipe de aproximadamente 30 brasileiros em São Paulo.
“Temos que agregar valor no desenvolvimento e na construção dos ativos, porém não é impossível partir para o desenvolvimento de um projeto greenfield puro, que pode ser uma expansão de algo que a gente já tem. Também não fechamos a porta para projetos em operação. Não é nosso foco, mas teve alguns casos que estivemos estudando”, completou.
No curto prazo, o executivo pondera que as mudanças regulatórias em curso podem gerar algum impacto negativo no setor de geração. Citou como exemplo o eventual fim dos subsídios para a fontes renováveis, a nova regra de sazonalização da energia dos leilões e a entrada do PLD horário. “Essas mudanças podem causar alguma dificuldade, podem ser mal digeridas pelos investidores e também gerar um crescimento menor no mercado no curto prazo. Estamos atentos”, disse Moussafir.
A continuidade dos financiamentos a custos baixos, por outro lado, pode compensar eventuais aumentos nos custos dos projetos. “Retirando algumas das ajudas do mercado, vai encarecer preço da energia e vai comprometer um pouco a capacidade de contratar no longo prazo no mercado livre. Mas aos poucos, acredito que o mercado tem capacidade de se ajustar, fechando contratos com grandes empresas privadas ou com grandes comercializadoras que podem fazer essa gestão, comprando no longo prazo para vender no curto”, avaliou Moussafir.