A liquidez e o perfil de crédito da Eletrobras podem melhorar caso o aumento de capital que a empresa pretende promover ainda este ano, em um montante que pode chegar em até R$ 9,98 bilhões, seja bem sucedido. A avaliação é da agência de classificação de risco S&P Global Ratings, em análise divulgada nesta quinta-feira (17), na qual alerta que a operação, embora positiva, não afetará o rating final da holding, na medida em que este espelha o rating de crédito soberano do Brasil.

O montante mínimo de aumento de capital de R$ 4 bilhões refere-se a Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital, que já foi executado pelo governo, e não constitui novo recurso para a empresa. Caso a adesão dos acionistas minoritários alcance 100%, a capitalização geraria até R$ 5 bilhões em novos recursos, que seriam utilizados pela estatal na realização de investimentos e na melhora da eficiência operacional.

“Os novos recursos poderão fortalecer a flexibilidade financeira da Eletrobras, dado que a empresa possui aproximadamente dívidas ajustadas no total de R$ 75 bilhões em junho de 2019 e capex anual de cerca de R$ 3 bilhões, de acordo com nossas estimativas”, afirmou a S&P, em comunicado.

Parte dos recursos oriundos do aumento de capital serão utilizados pela Eletrobras na implementação de um novo programa de demissão voluntária, com o objetivo de reduzir o quadro de empregados efetivos da companhia em 12%, chegando a 12.088 funcionários até o final de 2019. Em paralelo, há a expectativa de que 1.041 empregados terceirizados de Furnas sejam desligados da subsidiária até 31 de dezembro deste ano. As duas iniciativas podem gerar uma economia anual de R$ 790 milhões.