Dois anos depois de iniciar o projeto, a Comerc lançou oficialmente a plataforma colaborativa de inteligência de mercado, a MegaWhat. A meta é a de agilizar processos e tomadas de decisão uma base com dados de diversas entidades do setor e de fontes públicas, ferramentas para construção de gráficos, projeções de preços de energia elétrica, entre outros. O usuário também dispõe de análises preparadas por especialistas sobre temas regulatórios, preços, notícias e leilões. Para 2020, já está prevista a oferta de cursos on-line e presenciais, além de serviços de consultoria on-line sob demanda.

Além da plataforma de dados a MegaWhat atuará em outra frente de atuação ao oferecer consultoria, cuja presidente dessa divisão é Ana Carla Petti. Segundo a executiva, o foco do negócio é contribuir com o crescimento do mercado de energia, simplificando a complexidade dos temas do setor. Já na plataforma a presidente é Larissa Araium, que estima em cerca de 5 mil profissionais o seu público alvo.

Em um primeiro momento a plataforma será aberta ao público. Em um segundo passo ainda não definido a MegaWhat passará a cobrar uma assinatura pelo acesso. Contudo, os valores e quando essa mudança acontecerá ainda não foram definidos. De acordo com o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, a plataforma é colaborativa e a meta neste momento é de incentivar o relacionamento entre as pessoas e depois definir como será feito o fechamento e cobrança. Larissa reforçou, por sua vez, que os valores serão determinados a partir do feedback dos usuários, colhidos nesse primeiro momento.

A equipe da MegaWhat é composta atualmente por 15 profissionais com experiências em áreas complementares, que ficam baseados no escritório da empresa em São Paulo. São especialistas em regulação, projeção de preços e meteorologia, além de jornalistas e profissionais de comunicação, marketing, design, educação e área comercial. Apesar de ser uma empresa que nasceu na Comerc, a estrutura é fisicamente separada, inclusive em termos de tecnologia e estrutura de servidores.

A meta, comentou Vlavianos, não é a de ter acesso a informações estratégicas das empresas, até porque as companhias não devem colocar esse tipo de informação na rede. “O objetivo com a nova empresa é a de ajudar no relacionamento entre as pessoas do setor elétrico e ajudar na equalização do acessos das informações, que muitas vezes são desencontradas ou de difícil acesso”, comentou ele durante a apresentação, realizada na sede da MegaWhat.

Para o executivo, se há a equalização e uniformização das informações o mercado como um todo cresce. Ele lembrou do caso da BBCE, que foi criada em um momento em que não se tinha uma sinalização de preços de energia de forma clara. E que ajudou a corrigir a assimetria de informações acerca dos preços. “Pensando no longo prazo, ganhar na desinformação é ruim para todos, distorce o mercado”, acrescentou.

“Queremos ser o Google do setor elétrico”, definiu Vlavianos. “A ideia surgiu de uma pesquisa interna na Comerc de quanto tempo as pessoas perdiam em pequisas e consultas à regulação do setor em busca de informações e números. Chegamos à conclusão que esse volume era de cerca de quatro horas por semana”, lembrou ele.

A tecnologia da plataforma foi desenvolvida pela empresa do próprio grupo a Doc88 que é a responsável pelos sistemas aplicados na MegaWhat.