A Ásia pode aumentar sua participação na capacidade instalada de energia eólica onshore de 230 GW registrados em 2018 para mais de 2.600 GW até 2050. Essa é uma das conclusões de um novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). A região se tornaria líder global em energia eólica, respondendo por mais de 50% de toda a capacidade instalada onshore e mais de 60% de toda a capacidade offshore em termos globais.

O estudo de título “Future of Wind” (O futuro da eólica, em tradução livre) publicado nesta segunda-feira, 21 de outubro, durante o evento China Wind Power, realizado em Pequim, traz a estimativa de que a energia eólica global pode subir dez vezes, atingindo mais de 6.000 GW em 2050. Em meados deste século, o vento poderia cobrir um terço das necessidades globais de energia e, combinado com a eletrificação, fornecer um quarto das reduções de emissão de carbono relacionadas à energia necessárias para atender as metas climáticas de Paris. Para atingir esse objetivo, a capacidade eólica onshore e offshore precisará aumentar quatro vezes e dez vezes, respectivamente, a cada ano em comparação com os volumes atuais.

De acordo com o diretor-geral da entidade, Francesco La Camera, as tecnologias de energia renovável de baixo custo representam a solução mais eficaz e imediata para reduzir as emissões de carbono. Até 2050 é tecnicamente e economicamente viável garantir um futuro de energia sustentável e com segurança climática. Isso não apenas permitiria cumprir as metas, mas também impulsionaria o crescimento econômico e criaria empregos, acelerando o desenvolvimento sustentável.

A indústria eólica global pode empregar mais de 3,7 milhões de pessoas até 2030 e mais de 6 milhões de pessoas até 2050, segundo o relatório da Irena. Esses números são, respectivamente, quase três vezes e cinco vezes mais altos que os pouco mais de um milhão de empregos em 2018. As boas políticas industriais e trabalhistas que se baseiam e fortalecer as cadeias de suprimentos domésticas podem permitir o crescimento da renda e do emprego, alavancando as atividades econômicas existentes em apoio à energia eólica desenvolvimento da indústria, aponta o relatório.

Contudo, ressalta que para acelerar o crescimento da energia eólica global nas próximas décadas, aumentar os investimentos será fundamental. Em média, o investimento anual global em energia eólica onshore deve aumentar hoje de US$ 67 bilhões para algo na casa de US$ 210 bilhões em 2050. Para energia eólica offshore, os investimentos anuais médios globais precisariam aumentar de US$ 19 bilhões para US$ 100 bilhões em 2050.

Globalmente, o custo nivelado de eletricidade (LCOE) para energia eólica onshore continuará a cair para US$ 0,02 a US$ 0,03 centavos/kWh até 2050, comparado a US$ 0,06 em 2018. Os custos da energia eólica offshore cairão significativamente para US$ 0,03 a US$ 0,07/kWh até 2050.

O tamanho da turbina eólica para aplicações onshore aumentará, de uma média de 2,6 MW em 2018 para 4 a 5 MW para turbinas encomendadas até 2025. As aplicações offshore provavelmente aumentarão para 15 MW a 20 MW em uma década ou duas.