A Paróquia de São José da Lagoa, localizada em frente a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, apresentou na última quinta-feira, 24 de outubro, mais uma iniciativa que corrobora sua busca por uma atuação mais sustentável com o meio ambiente e com suas finanças a longo prazo. A instituição inaugurou uma pequena turbina eólica no seu telhado para produção de energia elétrica limpa, acrescentando 4,5 kW aos 14 kW solares já instalados, aproximando-a da tão almejada autonomia energética. O novo gerador eólico foi desenvolvido e doado pela empresa Zani Energias, que fez a integração com o sistema fotovoltaico já existente.
Conhecida como “Igreja de vidro da Lagoa”, a Paróquia São José foi uma das primeiras a gerar a própria eletricidade a partir dos 56 painéis solares instalados há 3 anos e que produzem o equivalente a 40% do consumo local. O case foi batizado de “Igreja Solar” e proporcionou uma economia de cerca de R$ 20 mil por ano na conta de luz. As placas fotovoltaicas, em formato de cruz, também foram implementadas no telhado da construção e podem ser vistas do Cristo Redentor, no alto do Morro do Corcovado.
Turbina eólica é do tipo eixo vertical e adicionará 4,5 kW ao sistema solar já instalado (foto: Alexandre Pinel)
Segundo Alexandre Pinhel, idealizador da iniciativa, o projeto configura o primeiro sistema híbrido urbano do Brasil. “São sistemas muito interessantes pois com eles se consegue alguma complementaridade na produção de energia, saindo da dependência da insolação”, justifica. Já o pároco da Igreja e reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar, destaca que a nova configuração para geração da própria energia é um avanço nas atividades da Pastoral do Desenvolvimento Sustentável, criada na Paróquia em 2017, com base na encíclica verde escrita pelo Papa Francisco em 2015, a “Laudato Si.”
“Estamos adequados ao desejo do Papa Francisco e ao conceito de sustentabilidade. É um pensamento que deve se ampliar a outras igrejas e a toda a sociedade”, diz o sacerdote, referindo-se ao documento do Pontífice que aborda o uso e a produção da energia elétrica e questões socioambientais mundiais. No texto, o Papa afirma que o desenvolvimento de formas menos poluentes de produção de energia, bem como o uso de forma eficiente, tem de ser apoiado.