Os consumidores da Amazonas Energia terão suas tarifas reduzidas em média em 5,96% a partir de sexta-feira, 1º de novembro. O impacto médio do reajuste anual aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica vai levar a uma queda de 6,40% nos valores a serem pagos por clientes atendidos em alta tensão e a uma redução de 5,73% para os de baixa tensão.
O resultado reflete o pagamento antecipado do empréstimo da Conta ACR, que tem contribuído esse ano para a aprovação de reajustes tarifários negativos para as empresas de distribuição. Em 2018, as tarifas da Amazonas Energia tiveram aumento médio de 14,89%.
Os valores a serem aplicados nos próximos 12 meses na área de concessão da empresa são resultado da redução de 4,39% nos encargos setoriais (onde está a Conta ACR) e da retirada de 9,18% em componentes financeiros pagos pelo consumidor na tarifa atual. O custo de transmissão teve aumento de 2,08% e a compra de energia de 1,64%. A contratação de energia ainda é o item com maior peso nos custos da concessionaria amazonense, com 63,2% do total, sem tributos e 53,2% com tributos.
Apesar do reajuste negativo, a Amazonas ainda tem a terceira tarifa residencial mais cara do pais, atrás apenas da Celpa (PA) e da Enel Rio (RJ), em razão do alto índice de perdas com furto de energia. O valor das perdas reconhecidas na tarifa corresponde a 81,7% do consumo do mercado de baixa tensão e representa 32,2% da energia comprada.
A Amazonas atende 998,5 mil unidades consumidoras nos 62 municípios do estado do Amazonas e tem faturamento anual de R$ 3,04 bilhões. Atualmente, 24,9% do mercado local é formado por consumidores livres.
Qualidade do serviço
O presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara, Silas Câmara (Republicanos-AM), cobrou melhoria da qualidade do serviço prestado pela distribuidor, durante a reunião semanal da Aneel desta terça-feira, 29 de outubro. Ele lembrou que há insatisfação na região Norte com as tarifas de energia elétrica e que existem comissões parlamentares de inquérito em andamento nas assembleias legislativas de três estados. “Há, de fato, um clamor muito grande na região sobre a tarifa de energia.”
O diretor- presidente da Amazonas Energia, Tarcísio Estefano Rosa, explicou que a empresa tem trabalhado na redução de perdas comerciais e prometeu novidades para o ano que vem. Segundo o executivo, há equipes na rua trabalhando na remoção de gatos e na inspeção de medidores, além de campanhas de conscientização da população do estado. As perdas por furto de energia, segundo a Aneel, também contribuem para deteriorar a qualidade da energia fornecida aos demais consumidores, ao impactarem a rede da concessionária.
Para o executivo, a eventual inclusão de parcela da população na tarifa social de baixa renda seria bom para a distribuidora, mas a burocracia para enquadramento desses consumidores ainda é um entrave. Há ainda um trabalho de convencimento a ser feito para que aqueles que não pagam pela energia aceitem ser cadastrados para pagar um tarifa menor. Dados da Aneel mostram que há 470 mil unidades de baixa renda no estado, mas apenas 93 mil tem acesso ao beneficio da tarifa social, que preveem descontos escalonados de até 65% para famílias incluídas no cadastro de programas sociais do governo federal.