A Cesp acredita que até a metade do ano que vem seja julgada a ação contra a União em que ela questiona o valor da indenização da UHE Três Irmãos pela não renovação da sua concessão. A União definiu o valor da indenização em R$ 1,7 bilhão e a empresa pede R$ 4,7 bilhões. Em teleconferência com analistas realizada nesta quinta-feira, 31 de outubro, o presidente da empresa Mario Bertoncini revelou que em agosto, a União apresentou a sua segunda manifestação técnica sobre o laudo apresentado por ela, que pede o novo valor. Essa manifestação foi similar a primeira apresentada em abril. Em setembro, o governo de São Paulo pediu a sua exclusão dos autos com a privatização da estatal. Ele prevê ainda que deve haver espaço para uma manifestação do perito judicial e uma tréplica para a Cesp e a União fazerem as suas alegações finais. A partir daí o juiz estaria liberado para proferir a sentença.
Bertoncini também disse na teleconferência que ainda não é o momento para a empresa pensar em expansão. Segundo ele, ainda há um dever de casa a ser feito mesmo que metas estejam sendo alcançadas desde que a empresa foi privatizada. Segundo ele, há necessidade de equacionamento de custos, redução e capacitação de pessoal. “Ainda não é hora para crescimento. O foco é preparar a Cesp para uma etapa futura de crescimento”, aponta. Bertoncini elogiou a ex-estatal, lembrando que ela tem uma boa geração de caixa e boa desalavancagem caso consiga se organizar.
A Cesp foi privatizada no ano passado e foi comprada pela Votorantim Energia. Houve redução em cerca de 50% no número de funcionários com mudança no perfil profissional e reformulação no modelo de gestão. Na parte de Pessoal e Administração, a redução ficou em 44%. A comercializadora da Cesp já recebeu aval da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e da Agência Nacional de Energia Elétrica e deve começar suas operações no ano que vem.