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Quanto mais dispositivos serem conectados à rede elétrica mais a sociedade precisará de soluções de eletrificação. Este é um segmento do setor elétrico em que as empresas multinacionais vêm apostando. Uma delas é a ABB, que passou recentemente por uma restruturação em seus negócios para criar uma divisão focada nesse segmento de atuação e que já representa cerca de 45% da receita total da companhia, ou US$ 13 bilhões, tomando como base os dados de 2018, quando alcançou US$ 29,6 bilhões. Agora a empresa possui a meta de aumentar sua margem para uma faixa entre 15% e 19% já no ano que vem.
Essa meta vem do fato que a empresa está otimista com o futuro. A divisão estima que esse é o mercado de maior valor em termos globais para as áreas de atuação da ABB, está em US$ 160 bilhões anuais e uma previsão de crescimento no médio prazo de 3%. Segundo o presidente global dessa divisão da ABB, Tarak Mehta, as linhas de negócios deste segmento estão alinhadas às megatendências globais.
“Cada vez mais as pessoas estão vivendo em cidades todos os dias e para ter mais qualidade de vida a eletrificação tem ganhado mais espaço com o aumento do uso de dispositivos conectados à rede de energia. E vemos três grandes áreas de crescimento com o uso cada vez maior dos veículos elétricos, prédios mais eficientes e soluções para segmentos de distribuição e gerenciamento de energia”, afirmou ele.
Com a nova divisão de negócios a ABB passou a ser formada com uma nova estrutura organizacional. A holding e abaixo dela quatro empresas independentes sendo a Eletrificação a maior delas com quatro eixos de atuação, Distribution Solutions, Smart Power, Smart Buildings e Installation Products. A primeira atua em média tensão, as duas seguintes em baixa tensão e a última com cabos e outros acessórios.
Mehta destacou em apresentação em evento destinado a jornalistas que no processo de construção dessa unidade, que ele dirige, a receita passou de US$ 6,5 bilhões para quase US$ 13 bilhões nos últimos 12 meses considerando o final do terceiro trimestre de 2019. Nesse caminho está a reorganização da ABB e a aquisição da GE Industrial Solutions cuja finalização da operação ocorreu em meados deste ano.
Esse posicionamento de otimismo da divisão tem como base as mega tendências pelas quais a população global vem passando. Ele cita o aumento do tráfego da digitalização e do tráfego de dados em termos globais. O aumento do número de pessoas vivendo em cidades de 4 bilhões em 2018 para 6 bilhões em 2040, conforme dados previstos pela ONU, e a mudança de um mundo de consumo de combustíveis fósseis para a eletricidade que deverá aumentar 35%, passando de 23% para 30% do total de energia consumida pelos segmentos industrial e em prédios.
O executivo baseia seu otimismo em nichos de mercado que, segundo a empresa, apresentam perspectiva de expansão elevada como mobilidade elétrica, data centers, entre outros. “Temos um bom equilíbrio nesses mercados e assim que eles crescerem nós cresceremos junto”, avaliou ele. “Nossos clientes querem produtos mais seguros, eficientes e que tenham menores custos operacionais”, afirmou ele após sua apresentação.
Nessas áreas, o destaque está para a expansão do e-commerce e digitalização, o crescimento da geração distribuída, novos dispositivos que demandam energia e o fato de que o consumo de energia elétrica cresce duas vezes mais rápido do que qualquer outra fonte.
De acordo com o plano da ABB em eletrificação, há uma perspectiva de longo prazo que é a de alcançar margem entre 15% e 19% a partir de 2020. Quando a aquisição da GEIS foi anunciada em 2018 esse índice chegou a ficar em 11,7%. A nova meta foi apresentada a investidores em evento realizado esta semana e envolve melhorias operacionais e a integração da divisão adquirida no ano passado.
Além disso, explicou o CFO da divisão, Christian Nilsson, os investimentos da empresa em pesquisa e desenvolvimento continuarão em 3% das receitas com foco em tecnologia foco da atuação da empresa, na plataforma ABB Ability e que deverão apresentar crescimento médio anual de 20% no período de cinco anos. Os valores desses aportes poderão alcançar US$ 400 milhões, considerando a GEIS.
*O repórter viajou a convite da ABB