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A divisão de eletrificação da multinacional suíça ABB considera o Brasil uma região com grande potencial e oportunidades de negócios. O país está inserido em um mercado que é estimado em algo como US$ 9 bilhões ao ano e engloba a América do Sul como um todo. Apesar de não detalhar o volume que negocia por aqui, a economia local por ser a maior da região é a maior em termos de negócios. Contudo, quando se pensa na América Latina é apenas o segundo, atrás do México.
Segundo o líder de Mercados Globais da empresa, Mike Mustapha, de todos os segmentos de mercado atendidos pela divisão, todos apresentam boas perspectivas. O mercado de utilities recebeu um destaque mais acentuado por sua importância em termos de assegurar a estabilidade e segurança no fornecimento de energia, mas a mobilidade elétrica e a automação de prédios também são nichos que a companhia diz estar otimista.
Inclusive, o presidente do segmento de eletrificação, Tarak Mehta, lembrou que o mercado de mobilidade elétrica tende se destacar com o tempo, uma vez que os preços desses veículos estão em queda em termos globais. Em sua avaliação, a expansão inicial desse mercado deve se dar por meio de frotistas, sejam táxis, caminhões de entrega ou transporte público, onde a companhia já tem exemplos em outras regiões do mundo.
“Hoje em dia já vemos que os veículos elétricos podem ser atrativos àqueles segmentos onde há o deslocamento de pelo menos 200 quilômetros diários como táxis, ônibus e entregas via caminhões em cidades”, comentou Mehta. “Entre os segmentos que podemos atuar está no carregamento rápido de grandes veículos, já temos exemplos como em uma cidade na Alemanha, Hamburgo, onde entregamos 45 carregadores rápidos para ônibus coletivos”, acrescentou.
Na questão da eletrificação de prédios ele citou as possibilidades de atuar na questão da climatização. Ele cita que entre os mercados que atraem a companhia estão aquelas edificações de menor porte que precisam de soluções específicas, mas sem deixar de lado os grandes edifícios. Mas em geral, destaca que o Brasil apresenta potencial de crescimento por necessitar de uma maior infraestrutura nesse segmento que ainda está começando por aqui.
Mustapha corrobora essa impressão de que o país apresenta oportunidades em todos os segmentos em que o braço de eletrificação da ABB atua. A empresa não abre números sobre um país em especial, mas lembra que nos últimos dois anos o país tem apresentado um bom desempenho, com crescimento na casa de dois dígitos.
“É um mercado importante, mas em números absolutos ainda é pequeno porque a economia não tem performado. Hoje o Brasil está atrás do México em termos de receitas se consideramos a América Latina”, comentou o líder da ABB.
Ele destacou que as possibilidades de crescimento estão baseadas justamente nas megatendências globais acerca da energia elétrica. Lembra que as vendas de veículos elétricos crescem em nível acelerado em diversos países do mundo e que por aqui esse caminho também deve ser seguido, apesar de não ser possível indicar quanto tempo deve levar esse processo. Essa análise deve-se ao fato de que temos algumas iniciativas individuais em termos de expansão de corredores elétricos espalhados em projetos específicos e que ainda é necessária a adoção de uma infraestrutura para esses produtos chegarem com mais intensidade. Por isso, as utilities ganham importância ao participar dessa expansão.
“O Brasil tem um potencial grande”, reforçou o executivo. “Este é um país com 210 milhões de habitantes e se compararmos com os Estados Unidos, por exemplo, que tem mais de 300 milhões de habitantes, mas é um mercado de US$ 40 bilhões, vemos que há um grande potencial de crescimento. Com cada vez mais pessoas nas cidades temos mais prédios, mais prédios significa que é necessário mais energia, e isso, traz mais oportunidades de negócios, pois há mais dados em circulação e precisamos usar os recursos disponíveis com mais eficiência”, completou ele.
*O repórter viajou a convite da ABB