A Enel reportou um lucro líquido ordinário de 3,3 bilhões de euros nos nove meses de 2019 encerrados ao final de setembro. Esse valor é 14,1% mais elevado que os 2,9 bilhões de euros obtidos pelo grupo italiano no mesmo período do ano anterior. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fechou em 13,2 bilhões de euros, aumento de 8,9% ante os 12,1 bilhões de 12 meses atrás.
Segundo a companhia, o desempenho reflete a melhoria dos resultados operacionais ordinários, parcialmente compensados por maiores despesas financeiras não diretamente atribuíveis à dívida, bem como por uma diminuição no lucro líquido dos investimentos patrimoniais contabilizados pelo método da equivalência patrimonial.
As receitas de janeiro a setembro somaram 57,1 bilhões de euros, crescimento de 3,4% ante os 55,2 bilhões de euros nos primeiros nove meses de 2018. O aumento foi atribuído principalmente às atividades de infraestrutura e redes, principalmente na América Latina, graças à contribuição da Enel Distribuição São Paulo, que passou a fazer parte do grupo em meados de 2018 e à solução de questões regulatórias pendentes na Argentina, bem como às atividades de geração e comércio térmico, principalmente na Itália, explicou.
O investimento da Enel somou 6,6 bilhões de euros nos nove meses do ano, aumento de 27,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O maior montante foi destinado à Enel Green Power com 2,9 bilhões de euros, seguido por infraestrutura e redes com 2,6 bilhões. Esses aportes tiveram como destaque os volumes aplicados em redes na Itália e por aqui no Brasil, assim como os valores destinados em usinas de fontes renováveis onde o país também foi destaque dentro do grupo ao lado da Espanha, África do Sul, Grécia e Rússia. Assim, a dívida financeira líquida ficou em 46,5 bilhões de euros, aumento de 13,2% ante os 41 bilhões de euros ao final de 2018.
A eletricidade distribuída fora da Itália totalizou 208,9 TWh, um aumento de 18,8 TWh, 10% a mais em relação ao mesmo período de 2018. A maior parte do aumento ocorreu por aqui com o acréscimo de 19 TWh. Ao total a eletricidade transportada na rede de distribuição do Grupo Enel nos primeiros nove meses de 2019 foi de 378,3 TWh, dos quais 169,4 TWh na Itália e 208,9 TWh no exterior.
Em comunicado, o CEO da empresa, Francesco Starace, destacou que cerca de 85% dos aportes foram dedicados a fontes renováveis e redes, impulsionados por uma forte geração de caixa que continuará a apoiar as ambições de expansão da companhia no médio e longo prazo. E ressaltou que o rumo à descarbonização continua, lembrando que um passo fundamental foi o compromisso assumido pela Enel em setembro passado de reduzir as emissões diretas de gases de efeito estufa por kWh em 70% até 2030 em comparação com o valor de 2017.
Nesse sentido a companhia instalou 600 MW em nova capacidade por fontes renováveis nos nove meses e espera a entrada em serviço de mais 2.400 MW até o final do ano. “Isso nos permite confirmar a meta de 3 GW de nova capacidade renovável instalada até o final de 2019. Também estamos trabalhando para aumentar nossa meta anual de capacidade renovável adicional para 4 GW, a partir de 2020”, apontou no comunicado.