Apesar da estimativa apresentada pelo Governo Federal de conseguir R$ 16 bilhões com a privatização da Eletrobras, o presidente da estatal não confirmou esse valor. Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 12 de novembro, Wilson Ferreira Junior disse que o valor foi apresentado apenas para inclusão no orçamento da União. Segundo ele, há variáveis, discussões e premissas como a garantia física de usinas que ainda serão definidas. A última vez que um cálculo similar foi feito com a usinas da Cemig e da Cesp. “O princípio é que não haja ganho nem perda, o VPL da diferença será zero. Vai ser o número que for necessário para ela ser competitiva”, explica.
Ainda segundo o executivo, o mercado de capitais estará olhando a Eletrobras com uma perspectiva do que ela poderá oferecer capitalizada, como ter mais eficiência e participar de novos projetos, sem ter necessariamente um olhar de fortes ganhos imediatos. “Não é esse o princípio”, ressalta. No governo Temer, a expectativa de arrecadação com a privatização era de R$ 12 bilhões e agora ela aumentou no governo Bolsonaro.
Ferreira Júnior elogiou o governo na transparência da fórmula, com o VPL do valor adicionado, que vai envolver itens como tarifa e GSF, sendo decidido pelo Conselho Nacional de Política Energética. “O governo sabe que não vai dar para arrumar um valor maior que não atraia o investidor. Se foi cuidadoso na fórmula, será na execução do processo”, observa. Ele também citou o repasse de um terço que será feito para a Conta de Desenvolvimento Energético. O prazo de até 10 anos para a descotização também foi outro item elogiado por ele.
A expectativa é que o projeto de lei do risco hidrológico seja concluído antes da privatização da estatal.