A Alupar reportou um lucro líquido de R$ 212,5 milhões no terceiro trimestre do ano, aumento de 25,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro o montante soma R$ 724 milhões, aumento de 103,4% ate os R$ 355,4 milhões de um ano antes. O resultado ebitda (antes de juros, impostos depreciação e amortização) nos três meses encerrados em setembro alcançou R$ 620,6 milhões, aumento de 31,9% e no ano R$ 1,9 bilhão, expansão de 68,2%.Com isso a margem ebitda ficou em 49,3% e em 58,7%, respectivamente para 2019.
A receita líquida no trimestre ficou em R$ 1,3 bilhão, expansão de 109,6%, já no ano esse valor é de R$ 3,2 bilhões, crescimento ainda mais elevado quando comparado aos nove meses de 2018, com 117,8%. Segundo os resultados apresentados nesta quinta-feira, 14 de novembro, a dívida líquida da companhia fechou setembro em R$ 3,5 bilhões, alta de 27,4%, por sua vez a alavancagem ficou em 1,4 vez a relação do endividamento sobre o resultado ebitda.
De acordo com a Alupar seus ativos em transmissão somam cerca de 8 mil quilômetros em linhas entre as que os empreendimentos que estão em operação e em construção e que segundo o cronograma atual deverão estar prontos até 2022. Em geração a capacidade instalada das empresas onde a empresa tem participação soma 687 MW e a garantia física é de 408,8 MW.
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, José Luiz Godoy, afirmou que a empresa analisará todos os lotes que foram colocados no leilão de transmissão que será realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica em dezembro. Segundo ele, a meta é verificar quais podem atribuir valor para a companhia em sua busca pela geração de valor. Esse inclusive, deve ser o caminho de crescimento da Alupar no segmento uma vez que ele afirmou que não vê no mercado secundário – de venda de projetos já arrematados – muitas oportunidades. “Um dos ativos que são atraentes é o da Argo Energia, mas desse não estamos participando da avaliação, os demais que estão no mercado não são atrativos porque nos leilões foi dado um valor muito baixo o que compromete a geração de valor”, comentou ele em teleconferência com analistas e investidores.
Quando perguntado sobre a situação na TNE, projeto para a interligação da cidade de Boa Vista ao SIN em parceria com a Eletronorte e que ainda não possui o licenciamento ambiental, o executivo disse que há uma equipe de técnicos na região apresentando os estudos que a concessionária desenvolveu referente ao Plano Básico do Componente Indígena. Ele destacou que essa apresentação está sendo feita ao longo de três dias em mais um passo no sentido de buscar o documento que autoriza as obras do projeto que possui um trecho que deve passar pelas terras da tribo Waimiri Atroari.
Em paralelo a Alupar aguarda a avaliação do recurso que a transmissora apresentou à Aneel quanto à recomposição do cálculo do pedido de reequilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, uma vez que faz nove anos que o consórcio arrematou o lote em leilão. Godoy explicou que a receita autorizada no julgamento inicial da causa somente redistribuiu o valor pelo tempo remanescente do contrato que é de 19 anos e que não houve reavaliação dos valores. “Por enquanto estamos aguardando para ver o que vai acontecer”, disse ele.