O novo plano estratégico da italiana Enel prevê investimentos de 28,7 bilhões de euros de 2020 a 2022, aumentando em 11% a previsão anterior, de 25,9 bilhões de euros. O novo valor, que foi anunciado nesta terça-feira, 26 de novembro, no Enel Capital Markets 2019, vai auxiliar a empresa a aproveitar oportunidades de mercado e enfrentar as mudanças climáticas e a transição energética, na esteira da descarbonização. De acordo com o CEO da Enel, Francesco Starace, a empresa veio se preparando para todo esse processo desde 2015, o que a fez ficar mais eficiente e executar bem a estratégia definida. “Estamos mais lucrativos, competitivos e preparados”, afirma o executivo.

Os dividendos por ação devem subir 7,7% até 2022, indo para 0,40 centavos de euro por ação. O aspecto da sustentabilidade domina os novos investimentos da empresa. Do total anunciado, 14,4 bilhões de euros vão para a descarbonização da geração de energia, em que a Enel quer até 2050 ser livre de carbono, produzido apenas energia limpa. O valor é metade dos investimentos prometidos. Esse investimento vai trazer um aumento de 1,5 bilhão de euros para o Ebitda. Dos 14,4 bilhões, 12,5 bilhões de euros vão para renováveis, sendo que 11,5 bilhões para o aumento da capacidade, com um aumento previsto de 14,1 GW até 2022.

Francesco Starace, CEO da Enel: 5,1 GW no Brasil e EUA

A capacidade adicional prevista em renováveis deverá ser formada por 5,4 GW provenientes da troca de geração convencional por renovável na Itália, Chile e Espanha; por 5,1 GW em novos contratos de fornecimento, principalmente no Brasil e Estados Unidos, com foco em consumidores industriais e comerciais, o que deverá custar 4,7 bilhões de euros, além de outros 3,6 GW em contratos de novos mercados (1,1 GW) e Joint Ventures (2,5 GW). Dos 14,1 GW previstos, 60% já está assegurado.

Com 11,8 bilhões de euros, a infraestrutura de redes vem em segundo lugar no destino dos investimentos, ficando 7% acima do plano anterior. Segundo o executivo, as redes serão a espinha dorsal do sistema elétrico sustentável. Estão previstas melhorias na eficiência da qualidade do serviço, com 30% indo para a digitalização das redes. Os investimentos na rede vão possibilitar uma queda no índice médio d interrupção em 9%, assim como uma redução nos custos por consumidor recuem 17% até 2022. O número de medidores de segunda geração deve subir do atuais 13 milhões para 20 milhões em 2022.

A Enel X, braço de serviços do grupo, vai investir, 1,1 bilhão de euros nos serviços trazidos pela descarbonização e eletrificação, aproximando mais o cliente para o coração do sistema. A expectativa é que a capacidade de resposta da demanda aumente para 10,1 GW em 2022 e capacidade de armazenamento chegue a 439.  O plano prevê que a eletrificação do consumo vai receber 1,2 bilhão de euros, impulsionando a base de clientes expandidos.

* O repórter viajou a convite da Enel