Dos 5,1 GW previstos para a expansão das renováveis no Brasil e Estados Unidos até 2022, cerca de 2,7 GW ficarão em terras brasileiras. Em apresentação do plano de investimentos 2020-2022 realizada nesta terça-feira, 26 de novembro, o CEO da Enel, Francesco Starace prometeu 5,1 GW em capacidade adicional renovável para os dois países, que virão em contratos no ambiente regulado e principalmente demandar no mercado livre com consumidores industriais. Essa expansão vai investimentos de 4,7 bilhões no período. Esse aumento vai deixar a empresa com capacidade instalada de 5,5 GW no país.

O Brasil vai receber, segundo o CFO Alberto de Paoli, investimentos de 5,1 bilhões de euros no período na geração e distribuição, mais da metade do destinado para a América Latina, que vai receber 9,3 bilhões de euros. A contribuição da região para o Ebitda deve aumentar 30% até 2022. Neste indicador de geração de caixa, o Brasil deve saltar dos atuais 9% para 14% até lá.

No Brasil, a geração renovável da Enel atua pela Enel Green Power, que é um  dos maiores geradores eólicos e solares do mercado. Ela tem 782 MW de eólicos e outros 370 MW de solar fotovoltaica. Atualmente, desenvolve o parque eólico Lagoa dos Ventos, com 717 MW de capacidade e inauguração em 2021 e o complexo solar de São Gonçalo, com 608 MW e com previsão de começo da operação em 2020. Ambos ficam localizados no estado do Piauí.  O executivo salientou a construção desses projetos lembrando que o empreendimento solar vai ser o maior da América do Sul. “O Brasil tem um potencial imenso para renováveis”, avisa.

Starace disse em entrevista coletiva a jornalistas ao fim do evento que a Enel continuar disposta a investir no país, em que ela lidera no segmento da distribuição, após ter comprado a Celg (GO) e a Eletropaulo (SP). Porém, ele não confirmou o interesse da empresa em distribuidoras que vão ser privatizadas nos próximos anos, como CEB (DF) e Cemig (MG). Ao falar da situação dos países da América do Sul, ele elogiou a aprovação da reforma da previdência feita pelo governo Bolsonaro, o que ele considerava difícil. “O Brasil não é problema”, diz. Sobre o Chile, ele classificou a reforma constitucional como importante para o país.

*O repórter viajou a convite da Enel