A francesa Helexia, empresa recentemente adquirida pela Voltalia, iniciará suas operações no Brasil ainda em janeiro de 2020, disse Luiz Pinho, diretor geral da companhia para Portugal e Brasil, em sua primeira entrevista à Agência CanalEnergia. Fundada em 2010, a Helexia tem 80 MW instalados no mundo, com operações na França, Portugal, Itália, Espanha, Bélgica e expandindo para Brasil e Marrocos. A meta da companhia é chegar a 180 MW instalados até 2021.
A empresa, que atua em em eficiência energética e geração distribuída, está estruturando sua equipe, que deverá ter 15 pessoas inicialmente trabalhando no Rio de Janeiro. O modelo de performance será o adotado para os serviços de eficiência energética, onde a empresa faz o investimento e a poupança gerada é compartilhada entre as partes. “Trabalhamos com soluções de iluminação, ar-condicionado, eficiência térmica de edifícios, monitoramento de energia”, resumiu Pinho, que participou na quarta-feira, 5 de dezembro, no Bahia Energy Meeting, em Salvador.
Em energia solar, o foco será a instalação de painéis rooftop em comércio e indústria de médio porte. Outra aposta são os sombreadores solares em parques e estacionamentos, que além de aproveitar esses espaços para gerar energia, tem a vantagem de proteger os usuários do calor, do frio e do vento. “O objetivo é viabilizar essas áreas para a produção de energia e ao mesmo tempo criar conforto aos clientes. É uma aposta que estamos fazendo e na Europa e que está tendo um sucesso muito grande”, disse o executivo.
Inicialmente, a empresa pretende atuar nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. “Estamos estudando outras regiões no Brasil, mas nessa primeira fase vamos focar nesses estados para desenvolver e ajustar o modelo de negócio ao Brasil”, explicou Pinho.
Voltalia e Helexia vão atuar de forma integrada no setor de energia brasileiro. Enquanto a Voltalia se concentrará na geração de grande porte, a Helexia terá um contato mais direto com o cliente, trazendo toda a experiência da Europa para Brasil em projetos de geração solar distribuída e eficiência energética.
Mudança na Regulação
Pinho disse que três fatores são fundamentais quando uma empresa se instala em um novo mercado: demanda e estabilidade econômica e regulatória. O executivo apresentou a visão da empresa sobre as mudanças na regulação para a geração distribuída no Brasil.
“Independentemente do que acontecerá com regulação, o Brasil não vai poder fugir desse paradigma da transição energética. A GD é parte dessa solução. Os operadores do mercado terão que ter capacidade de se adaptar ao que vai acontecer”, disse. “O que acreditamos é que será um meio termo entre o melhor e o pior cenário, o que não matará o negócio”, concluiu.
*O repórter viajou a convite da Eolus Consultoria