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Depois de entregar nos últimos meses três usinas movidas a biogás para geração de energia no Rio de Janeiro, Pernambuco e Maranhão, a empresa ENC Energy Brasil trabalha para entregar mais seis ativos em 2020, fechando um total de R$ 50 milhões em investimentos aplicados na empresa por seus acionistas, visando as instalações desses nove motores. Ao todo serão mais quatro usinas em Pernambuco, duas em fase de testes para operação, e as outras com entrada prevista para ano que vem, além de duas usinas em Minas Gerais que a empresa aguarda a conexão com a Cemig.

“Não sei dizer exatamente porque mas está mais complicado a situação de projetos em GD em Minas. Estamos com dois motores prontos para a modalidade, inclusive com clientes já interessados, e infelizmente temos encontrado problemas, mas que estão sendo resolvidos”, comenta o CEO da companhia no Brasil, Roberto Nakagome, afirmando que cada distribuidora no país possui diferentes questionamentos e necessidades.

Segundo o executivo, a meta para o próximo ano é mais que dobrar a capacidade, chegando a mais de 30 MW, a partir de um potencial mapeado de 100 MW para a fonte nos próximos anos. “Estamos conversando e grande parte já está bem encaminhada com os aterros, sendo factível chegar a essa marca até dezembro de 2020”, assume o executivo, revelando que os projetos acontecem nas regiões Nordeste e Sudeste.

Nakagome conta que a companhia identificou um alto potencial dos aterros existentes no Brasil junto a legislação dos municípios, que tratam de incentivar a criação desses espaços em detrimento da eliminação dos populares lixões a céu aberto, que não possuem infraestrutura mínima para o aproveitamento da matéria decomposta.

“Isso (legislação) não tem sido efetivamente cumprido, mas identificamos um potencial enorme para associação com os aterros existentes e outros que estão por vir”, avalia, lembrando que os aterros modernos já são concebidos com seus respectivos terrenos preparados para a deposição do lixo em camadas, com a instalação também de dutos por onde irão sair e passar os gases.

Usina inaugurada em Campos dos Goytacazes (RJ) contou com investimentos de R$ 6 milhões (ENC Energy Brasil)

Em franca expansão no Brasil, a Geração Distribuída impulsionou a produção de biogás no país nos últimos cinco anos, com crescimento de 40% por ano. Dados da Associação Brasileira de Biogás (ABiogás) atestam mais de 400 plantas atualmente, cerca de 60% delas de pequeno a médio porte viabilizadas por produtores rurais. Para o presidente da entidade, Alessandro Gardemann, a revisão das regras proposta pela resolução 482 da Aneel pode afetar todo um sistema de inovação que vem promovendo o insumo como solução energética para passivos ambientais e melhoria do sistema elétrico nacional. “Defendemos um modelo de transição suave, que não quebre as iniciativas que se formam em torno da geração distribuída”, sustenta.

A região Nordeste conta com forte vocação para a geração de biogás a partir de aterros sanitários, tendo hoje dez plantas com produção média de 345 mil Nm³/dia, todas elas a partir do saneamento. O potencial da região, no entanto, é muito maior, cerca de 7,6 bilhões Nm³/dia, segundo cálculos da Associação, o que em termos de geração elétrica poderia representar 17 mil GWh/ano. A produção viria não apenas do saneamento, mas considerando também outras fontes de prospecção, como os resíduos gerados pelos setores agroindustrial e sucroenergético.

Player de biogás

A subsidiária brasileira da multinacional portuguesa ENC Energy foi criada em 2012, através de uma operação local em Juiz de Fora (MG) voltada ao mercado livre, tendo como outro acionista o fundo GEF Capital Partners a partir de 2018, quando começaram os investimentos e os projeto de GD a sair do papel, no caso as nove usinas movidas a biogás, cada uma com 1 MW de capacidade, visando atender aos requisitos da modalidade.

De acordo com o CEO, o foco de atuação sempre foi atender ao mercado do pequeno e médio consumidor, do varejo, com energia a partir do biogás e da biomassa, não só oriundo de aterros sanitários, mas também outros recursos que podem gerar o biogás, como a parte de saneamento e resíduos do agronegócio, gerando tecnologia para isso. “Nossa ideia é intensificar a prospecção no mercado brasileiro enquanto player tecnológico em biogás de aterro”, pontua.

A empresa costuma demorar um ano para colocar um projeto típico em operação, desde a encomenda do motor até as instalações. O motor removível é importado da Europa, geralmente de um fornecedor austríaco, que pertenceu a GE ou um alemão.

Quanto a novos projetos, a sinalização da ENC é para uma carteira de expansão, que poderá contar com eventuais novos investidores interessados em futuras iniciativas. “Na medida em que o pessoal vai conhecendo essa possibilidade (GD), as chances aumentam muito pela questão ambiental e uma energia que funciona 24 horas, intermitente”, destaca.