A agência de classificação de risco Moody’s Investors Service avalia que a perspectiva para segmentos de distribuição e de transmissão de energia no Brasil é estável para 2020. Em relatório, a empresa aponta que esse é um reflexo do ambiente regulatório favorável do país.
Nos próximos 12 a 18 meses, apontou, as companhias de distribuição se beneficiarão de aumento na demanda, enquanto aquelas focadas na transmissão continuarão ganhando com receitas baseadas em disponibilidade. A previsão da agência é de que o consumo de energia cresça em um patamar próximo a 2,6% no ano que vem, o que levará a fluxos de caixa combinados mais fortes para companhias de distribuição. Porém, são os esforços para reduzir despesas operacionais que sustentarão as margens próximas de 15%.
“Para as companhias de transmissão, as margens provavelmente permanecerão na faixa de 75% a 80%”, afirma a VP analista sênior da Moody’s Cristiane Spercel em comunicado.
Na avaliação da empresa, a redução de alavancagem é limitada uma vez que as companhias lidam com elevadas necessidades de investimento. E continua ao lembrar que embora a qualidade dos serviços venha melhorando, as perdas de energia permanecem elevadas, o que pode levar a potenciais metas regulatórias mais restritivas e exigências de investimentos mais elevados. Por outro lado, condições de mercado favoráveis permitem uma maior flexibilidade em relação à gestão de passivos.
Ao mesmo tempo, a necessidade de ampliar as redes de transmissão e a confiabilidade do sistema, à medida que a demografia, preferências do consumidor e tecnologia evoluem, provavelmente manterá políticas públicas favoráveis ao setor.
De acordo com o relatório, que a Moody’s publicou para seus assinantes, a perspectiva para o segmento de distribuição pode mudar para positiva se as margens de caixa operacional permanecerem acima de 15%, mas pode ser alterada para negativa se as métricas caírem abaixo de 7%. Para o setor de transmissão, uma perspectiva positiva é provável se as margens permanecerem acima de 85% em uma base sustentável, enquanto margens caindo abaixo de 70% podem levar a uma perspectiva negativa.