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O leilão de energia nova A-6 deste ano marcou a primeira negociação de parques eólicos que a operação local da norueguesa Statkraft realizou. Foram viabilizados 400 MW em potência de um total de 660 MW originados de uma aquisição realizada pela companhia na primeira quinzena de outubro nos municípios de Uibaí e Ibipeba (BA). Antes desse movimento, a empresa ainda já havia adquirido oito PCHs da EDP. Esses passos fazem parte da estratégia da companhia que é a de triplicar sua capacidade de geração no Brasil até 2025 por meio da geração centralizada tanto no mercado livre quanto no regulado.

A companhia foi a segunda maior vendedora de energia no leilão realizado em outubro passado. Foram 11 parques eólicos ao total com 87,4 MW médios. Juntos somam 400 MW de capacidade instalada, investimentos da ordem de R$ 2 bilhões e que levarão a companhia a deter um portfólio de 850 MW de potência instalada. Para fins de comparação, até outubro do ano passado suas usinas somavam 316 MW.

De acordo com o vice-presidente comercial da empresa, Pablo Becker, o Brasil é o grande hub de investimentos da empresa fora da Europa. Ele lembra que a capacidade local ainda é modesta, mas deverá crescer. Dos 450 MW atuais, passará a 850 MW com os parques negociados no A-6, mas ainda há mais por vir uma vez que há a meta de crescimento. Além de atuar no mercado regulado o principal caminho que a empresa deve seguir deverá ser mesmo o mercado livre e a autoprodução.

“Os parques negociados tiveram 30% da energia negociada no ACR que servirá de suporte aos demais 70% que estão destinados ao mercado livre. Mas ainda temos parques eólicos naquele cluster da Bahia que estão totalmente descontratados e poderão ir em sua totalidade a grandes consumidores no modelo de autoprodução”, revelou o executivo.

Ele explicou que esses aportes da empresa decorrem de uma mudança na estratégia da companhia. Por muito tempo, os negócios da Statkraft estiveram focados nos agentes do setor. Contudo, as diretrizes são de ampliar a atuação no Brasil, reforçando a atuação junto aos clientes finais dos segmentos industrial e comercial, sem deixar de lado os agentes de comercialização, geração e autoprodutores. “Desde o ano passado, aumentamos nosso time de vendas e análise. Além disso, temos investido em sistemas e, com isso, conseguimos triplicar o número de clientes finais atendidos”, apontou.

No caminho de expansão, ele afirmou que a empresa tem um pipeline de projetos greenfield, mas que também olha para as oportunidades em aquisições. No foco da empresa estão as fontes renováveis. Atualmente, em termos globais, a empresa possui 19,3 GW em potência instalada, desses, 98% são geradoras de energia por meio de fontes limpas.

Por isso, o foco aqui é continuar neste caminho, sendo que no momento as usinas são da fonte hídrica e eólica. Mas, disse Becker, a solar continua no radar da empresa. Até porque a região desses parques eólicos negociados recentemente é muito propensa à geração por meio do sol. Os dois municípios estão localizados no Noroeste da Bahia onde as duas fontes são complementares em sua curva de geração, sendo mais vento à noite e uma das melhores irradiações solares do país. No momento ele descarta a GD solar por conta da necessidade de ter mais escala na demanda do país.

“Aquela região tem um grande potencial solar e temos a possibilidade de termos parques híbridos, não é necessária uma regulação específica, apenas a capacidade de conexão. O que vai indicar se investiremos é a oportunidade de mercado para viabilizar a usina. Os recursos ali permitem complementaridade de portfólio”, apontou Becker.

Os aportes, continuou ele, serão desenvolvidos de acordo com o avançar do mercado, seja ele regulado, livre ou autoprodução. E ainda, do desenrolar do processo de modernização do setor elétrico que está em curso. Mas de qualquer forma a visão dele é de que o volume de clientes não deverá aumentar significativamente ante o volume de potência instalada. “Os tíquetes médios são elevados por serem clientes de grande porte, tivemos uma expansão de 200% nos últimos meses e com o crescimento da economia poderemos aumentar o volume de energia comercializado”, avaliou.