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O ex-secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia Ricardo Cyrino vai assumir em janeiro como CEO da Atiaia Energia, com a missão de expandir e diversificar o portfólio de projetos da empresa em renováveis, especialmente em usinas eólicas e solar fotovoltaicas. Cyrino deixou o MME em outubro desse ano, onde coordenou as discussões sobre as medidas de modernização do setor elétrico.

O cargo na geradora do grupo pernambucano Cornélio Brennand veio como consequência da busca, pela empresa, de um profissional com perfil para alavancar a nova fase de crescimento e de diversificação. Cyrino vai se reunir com seus novos empregadores no início da próxima semana para discutir a meta de crescimento, e acredita que entre fevereiro e março de 2020 consiga chegar a um diagnóstico para a apresentação de um plano de negócios ao controlador, com investimentos nos próximos cinco anos.

O executivo reconhece que 2020 será um ano desafiador para o setor elétrico, mas vê com otimismo o cenário que o país terá pela frente. As medidas de modernização do setor mais relevantes, como separação lastro e energia e operação de leilões, ainda não serão enfrentadas. Pode ter, no entanto, alguns aprimoramentos.

A ideia dos leilões regionais defendida pelo secretário de Planejamento Energético do MME, Reive Barros, encontra resistências no ministério, e no Operador Nacional do Sistema Elétrico as visões também não são convergentes. Já a previsão de leilões A-4 e A-5 para alavancar termelétricas a gás, que poderão substituir usinas a diesel em fim de contrato, vai criar oportunidade e um espaço interessante para quem está na área de gás e de térmica.

No espaço de renováveis, se não forem feitas alterações na dinâmica dos leilões, a fonte deve continuar crescendo, com a perspectiva de melhora no cenário econômico. “E perspectiva é tudo para a economia, porque mudam os humores, mudam as percepções, e os investimentos começam a vir”, conclui o executivo.

Com a expectativa de crescimento de 2% do Produto Interno Bruto espera-se uma reação da indústria, o que é positivo para o segmento de geração. Na distribuição, o nível de preocupação e de aversão a risco das empresas deve dar uma arrefecida, já que a sobra estrutural de energia que existe hoje tende a se esgotar rapidamente com o eventual crescimento da economia.

A questão da operação do Sistema Interligado será desafiadora em 2020, porque os reservatórios das hidrelétricas estão com volume baixo no atual período chuvoso. Cyrino elogia a decisão do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico de aprovar nova metodologia que vai auxiliar na tomada de decisão sobre o despacho de térmicas fora da ordem de mérito. A proposta era defendida por ele, no período em que ocupou o cargo de secretário do MME. “Fiquei feliz que eles se convenceram e deram continuidade”, disse. Ele lembra que se não vier a chuva necessária para recompor os reservatórios, o ano que vem será “animado”.

Quem é Atiaia

À frente da Atiaia, Cyrino vai enfrentar o desafio de comandar uma empresa familiar que opera oito pequenas centrais hidrelétricas, duas das quais inauguradas recentemente, além de ter contratado mais uma usina desse tipo no leilão A-4 de maio de 2019. A empresa tem um parque hídrico instalado de quase 200 MW, em sociedade com a Koblitz Energia (10%), que inclui uma PCH em Pernambuco e as outras sete em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Nos próximos dez anos, essa capacidade deve atingir 730 MW, com investimento previsto de R$ 4 bilhões.

O portfólio de empreendimentos inclui 300 MW de energia eólica em dois parques no Rio Grande do Norte já com licenças ambientais emitidas, além de três projetos de energia fotovoltaica em desenvolvimento no Nordeste e Centro-Oeste.  Não está descartada também a implantação de parques híbridos solar-eólica e solar-PCH.