A CPFL Energia encerrou nesta terça-feira, 17 de dezembro, a segunda edição do seu programa de inovação aberta CPFL Inova, que gerou mais de R$ 7 milhões em negócios com as 12 scale-ups participantes. Ao longo do processo, organizado em parceria com a Endeavor, foram aprovados cinco projetos de pesquisa e desenvolvimento, duas soluções para eficiência energética e oito provas de conceito, nas quais é possível testar as ideias apresentadas pelos empreendedores.
Durante cinco meses, as mentorias conduzidas por executivos da CPFL Energia ajudaram a acelerar o negócio das empresas. Com as orientações recebidas, as selecionadas conseguiram ampliar em 49,8% o seu faturamento no período de aceleração. Também cresceu o número de funcionários das participantes, passando de 496 para 605.
“Os resultados dos pilotos foram muito positivos e a ideia é que a gente implemente a partir de 2020”, disse Gustavo Estrella, CEO da CPFL Energia, em entrevista à Agência CanalEnergia. O volume de investimento nesse projetos ainda não foi definido, mas segundo executivo, “o sentimento é que Valor Presente Liquido (VPL) é muito positivo”.
As startups desenvolveram soluções para aumentar a eficiência e a produtividade das áreas comercial, administrativa, judicial, operacional (campo), bem como desenvolveram novos modelos de capacitação profissional. “Há alguns resultados específicos ligados a operação da distribuição que também podem ser usados na geração, como o monitoramento e gerenciamento de ativos por imagens”, explicou Estrella.
Segundo o executivo, as startups trazem a simplicidade e a agilidade no modo de fazer que uma empresa do tamanho da CPFL, com R$ 30 bilhões de faturamento anual, não tem. “A gente traz um conhecimento do mercado que é mais difícil para a gente gerar internamente. É muito mais fácil fazer uma parceria com as startups, que muitas vezes já testaram as tecnologias e os modelos, do que desenvolver isso internamente”, comentou.
O desafio, disse Estrella, é adequar as empresas aos requisitos mínimos de governança da CPFL sem perder a essência das startups. Os ganhos de produtividade nos negócios não regulados vão para os acionistas, enquanto no caso da distribuição, todo ganho será dividido com os consumidores da CPFL nos processos de revisão tarifária.
CASES
Um exemplo de inovação foi o projeto desenvolvido pela empresa PixForce, que propôs um modelo de inspeção automatizada de podas em áreas urbanas com a utilização de inteligência artificial. A companhia parceira elaborou um protótipo de câmera para ser acoplada a veículos de inspeção.
O equipamento registra imagens da rede de distribuição de energia e de árvores próximas. As fotos são enviadas para um sistema que é capaz de identificar de forma automática locais em que são necessárias intervenções dos técnicos para evitar interferências da vegetação para o sistema elétrico.
Além do projeto da PixForce, vale citar as iniciativas desenvolvidas pela Microblau e pela Docket. A Microblau desenvolveu um projeto de eficiência energética no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto através da interligação das centrais de água gelada do hospital e da instalação de um sistema de controle inovador. Já a Docket aplicou uma solução para dar agilidade na obtenção de documentos de imóveis, diminuindo o tempo médio de 45 dias para 10 dias.
“O objetivo do CPFL Inova é proporcionar a troca de experiências, criando um ambiente favorável para o desenvolvimento de soluções inovadoras para o setor elétrico. Ao conectar scale-ups, mentores do mercado e executivos do grupo, o programa ajudou a criar uma cultura interna de inovação na CPFL Energia, promove a criação de novas ideias e fomenta o ecossistema empreendedor brasileiro”, afirma o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti.
A primeira edição do CPFL Inova, em 2018, contou com a participação de outras 12 scale-ups e gerou negócios com cerca de R$ 6 milhões em desenvolvimento de projetos com as empresas selecionadas.